1. Pois é. Eu sei que já passou um extenso período desde a última vez que aqui estive! Como canta, e bem, Paulo de Carvalho, “dez anos é muito tempo” *. Eu sei, e direi igualmente, que sete meses de ausência, sem conversar, é tempo demais. Mas também sei que apenas prometi presenças quando pudesse. E sempre soube, sei-o agora melhor ainda, que a vida nos enche de surpresas, nos debilita com sobressaltos, nos prega demasiadas partidas! Ai como prega !Resumindo e concluindo, como dizia um competente e saudoso mestre há alguns anos atrás, não foi possível, ou não fui capaz, de cá estar mais cedo.
2. O regresso é tonificante; está a dar muito gosto, e muito gozo. Estou todavia sem grande entusiasmo, quer porque não vou comunicar sobre o que mais me agradaria, Soajo, quer porque as notícias que se vão ouvindo, e lendo, são pouco animadoras, para Portugal e para os Portugueses.
Dos jornais, por estes dias:
- Banco de Portugal confirma que economia está a abrandar.
- Portugal foi hoje apontado, em Bruxelas, como o Estado-membro com maior desigualdade na distribuição de rendimentos. O nosso País é aquele em que o fosso entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres é mais largo. O mesmo acontece entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, sendo que, em Portugal, quase um milhão de pessoas vivem com menos de 10 euros por dia.
- Filhos vivem pior que os pais. Em 2007 o salário médio dos trabalhadores entre os 25 e os 34 anos foi de 634 euros, enquanto que no total da economia foi de 726 euros. O salário médio entre os trabalhadores com contratos a termo ficou-se pelos 594 euros. Como se vê, a geração para quem os pais esperavam um futuro melhor, num Portugal integrado na U. E., está com dificuldades em melhorar o seu nível de vida.
- O BdP promoveu, por mérito, um alto quadro, ausente da instituição há 8 anos. A promoção tem reflexos a dois níveis (passagem do nível 18A para o nível 18B, o que equivale a um aumento de mais 368 euros por mês) e a progressão na carreira (passagem do grau oito para o grau nove, o que dá direito a mais 452 euros). No total são mais 720 euros mensais. O valor desta promoção, 720 euros, é sensivelmente igual ao salário global médio dos trabalhadores portugueses, 726 euros. Efectivamente o entusiasmo não pode ser grande, mais, é menos que nenhum! É agora que me vem à memória a conhecida quadra do poeta António Aleixo:
2. O regresso é tonificante; está a dar muito gosto, e muito gozo. Estou todavia sem grande entusiasmo, quer porque não vou comunicar sobre o que mais me agradaria, Soajo, quer porque as notícias que se vão ouvindo, e lendo, são pouco animadoras, para Portugal e para os Portugueses.
Dos jornais, por estes dias:
- Banco de Portugal confirma que economia está a abrandar.
- Portugal foi hoje apontado, em Bruxelas, como o Estado-membro com maior desigualdade na distribuição de rendimentos. O nosso País é aquele em que o fosso entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres é mais largo. O mesmo acontece entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, sendo que, em Portugal, quase um milhão de pessoas vivem com menos de 10 euros por dia.
- Filhos vivem pior que os pais. Em 2007 o salário médio dos trabalhadores entre os 25 e os 34 anos foi de 634 euros, enquanto que no total da economia foi de 726 euros. O salário médio entre os trabalhadores com contratos a termo ficou-se pelos 594 euros. Como se vê, a geração para quem os pais esperavam um futuro melhor, num Portugal integrado na U. E., está com dificuldades em melhorar o seu nível de vida.
- O BdP promoveu, por mérito, um alto quadro, ausente da instituição há 8 anos. A promoção tem reflexos a dois níveis (passagem do nível 18A para o nível 18B, o que equivale a um aumento de mais 368 euros por mês) e a progressão na carreira (passagem do grau oito para o grau nove, o que dá direito a mais 452 euros). No total são mais 720 euros mensais. O valor desta promoção, 720 euros, é sensivelmente igual ao salário global médio dos trabalhadores portugueses, 726 euros. Efectivamente o entusiasmo não pode ser grande, mais, é menos que nenhum! É agora que me vem à memória a conhecida quadra do poeta António Aleixo:
A ninguém faltava o pão,
se este dever se cumprisse;
ganharmos em relação,
com o que se produzisse.
*
* Lamento ter de substituir, devido a indisponibilidade, os “dez anos é muito tempo” por ”e depois do adeus ”. Toda a discografia do Paulo se ouve sempre bem.