segunda-feira, 8 de março de 2010

cinema, Óscares 2010

.
A festa dos óscares aconteceu ontem à noite, (madrugada de hoje em Portugal), no Kodak Theater, Los Angeles, Hollywood.
A cerimónia foi conduzida por Alec Baldwin e Steve Martin, que recentemente tive oportunidade de ver numa comediazinha romântica realizada por Nancy Meyers, "Amar é Complicado", onde contracenam com Meryl Streep.
Ontem, pela primeira vez, o óscar de melhor realizador foi entregue a uma mulher. O filme "Estado de Guerra", realizado por Kathryn Bigelow, foi o grande vencedor conquistando seis estatuetas douradas, incluindo as categorias de melhor filme, melhor realização e melhor argumento.
.
.fotografia capturada ao público

Os galardões para o melhor actor foram entregues a Jeff Bridges e a Sandra Bullock, pelas representações que protagonizaram nos filmes "Crazy Heart" e "The Blind Side", respectivamente.
O austríaco Christoph Waltz interpretando a personagem de Hans Landa no filme "Sacanas sem Lei", de Quentin Tarantino, recebeu o prémio para o melhor actor secundário. Vi e gostei.
MoNique era a favorita ao Óscar de melhor actriz secundária pelo seu papel em "Precious", filme produzido por Oprah Winfrey, e ganhou sem surpresa.
O cinema também faz parte desta nossa caminhada, mitiga e minora
as suas mais que muitas e certas, agruras. E faz-nos sonhar.
"E sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança".

domingo, 7 de março de 2010

Sete Maravilhas Naturais de Portugal

.
A New 7 Wonders Portugal S.A. é a entidade organizadora dum evento (concurso) com vista à promoção, divulgação e eleição das "7 maravilhas naturais de Portugal", em parceria institucional com o Ministério do Ambiente, Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), Liga para a Protecção do Ambiente (LPN), Quercus, GEOTA e National Geographic Portugal.
A votação está aberta a partir de hoje podendo ser feita através do site do projecto, por telechamada e sms, sendo os vencedores conhecidos a 11 de Setembro.
Na categoria ”Zonas Protegidas” está o nosso PNPG.
Eis a lista das três concorrentes seleccionadas nesta categoria:
Parque Nacional da Peneda-Gerês
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
Reserva Natural da Lagoa do Fogo
Das 323 candidaturas iniciais apresentadas em Janeiro, um painel de especialistas seleccionou 77 pré-finalistas, e hoje foram conhecidas as 21 finalistas.
No Ano Internacional da Biodiversidade em curso, esta iniciativa tem fundamentalmente os seguintes objectivos:
1- consciencializar os cidadãos para a preservação do meio ambiente e do património natural;
2- evidenciar e valorizar esse mesmo património natural;
3- Acarinhar e cuidar das belezas naturais do nosso país.

Eis a lista das 21 finalistas nas diferentes categorias:

“Florestas e Matas”:
Floresta Laurissilva
Mata Nacional do Buçaco
Paisagem Cultural de Sintra – Património da Humanidade

“Grandes Relevos”:
Paisagem vulcânica da ilha do Pico
Parque Natural da Arrábida
Vale Glaciar do Zêzere

”Grutas e cavernas”:
Algar do Carvão
Furna do Enxofre
Grutas de Mira de Aire

”Praias e Falésias”:
Pontal da Carrapateira
Portinho da Arrábida
Praia do Porto Santo

”Zonas Marinhas”:
Arquipélago das Berlengas
Ponta de Sagres
Ria Formosa

”Zonas Não Marinhas”:
Lagoa das Sete Cidades
Portas de Ródão
Vale do Douro

”Zonas Protegidas”:
Parque Nacional da Peneda-Gerês
Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina
Reserva Natural da Lagoa do Fogo
Participa. Vota. Promove a tua região.

sábado, 6 de março de 2010

em tempo e a destempo

.
Pois é, nem sempre ocorre, mas às vezes....
Acontece que fui aí pelo Natal, e pelo Carnaval também, e até fiz fotografias nos Cruzeiros e para Ramil. Chovia miudinho e havia nevoeiro. Dá para ver.......

nos Cruzeiros


lá ao fundo o poço negro


Quero igualmente ir pela Páscoa, pelo Verão, e sempre que me for possível. Irei!
"Privilégios" da incontornável condição que nos permite uma mais livre disposição do tempo! Que para mim também já cá está.
A destempo?
Os dias que se avizinham não serão nada bons para a generalidade dos reformados e trabalhadores. De acordo com o discurso governamental, a factura chega já na segunda, dia 8. É esta a data prevista para a apresentação aos partidos, com assento parlamentar, do tão esperado programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), ainda antes de ser entregue em Bruxelas.
« O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, João Tiago Silveira, disse hoje que o programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) aprovado na generalidade pelo Governo, garante a “estabilidade fiscal e a redução da despesa” ».
Tendo em conta que, em 2009, o défice das contas públicas se situou nos 9,3 por cento do PIB, como será atingido o objectivo da sua redução para 3 por cento, em 2013, tendo em conta estas premissas do seu discurso, e com a economia quase estagnada?
Só metendo a mão no bolso dos cidadãos, via prestações sociais, e assim se reduzirá a despesa, ..... e via taxas, e via indirectos camuflados, e......
Os tempos vão ser difíceis, mas como sempre, só para alguns.
.
pão de trigo e linguiça para a merenda,
sempre dá para enganar a saudade....

. rio grande e o postal dos correios

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sócrates, amigos e comadres

Opinião
Vicente Jorge Silva escreveu no sol

PS: em busca da honra perdida
Ao longo das últimas semanas, tenho resistido à tentação de regressar à memória do meu percurso como deputado e (também) militante do PS entre 2002 e 2004. A razão dessa resistência é simples: não queria confundir uma experiência pessoal, marcada pelas circunstâncias do tempo e pela subjectividade das minhas expectativas, com as actuais perturbações internas do PS (na sequência das suspeitas de interferência do chefe do partido e do Governo no controlo de meios de comunicação social, reveladas nas últimas edições do SOL).
Dei-me conta, porém, que as opiniões que tenho publicado sobre o assunto não são de todo alheias a essa minha experiência. Por outras palavras: não posso fingir que aquilo que agora se vai tornando público é uma surpresa absoluta para mim, muito embora me confesse ultrapassado pela vertigem dos acontecimentos.

Deixei de ser militante do PS no Outono de 2004 e já anunciara ao então líder parlamentar, António José Seguro, o meu propósito de renunciar ao cargo de deputado, quando o Presidente Sampaio decidiu dissolver o Parlamento em Novembro desse ano. Antes disso, não concordara com a demissão de Ferro Rodrigues de secretário-geral do PS depois de Sampaio ter aceite a substituição de Durão Barroso por Santana Lopes como chefe do Governo e recusado, na altura, a antecipação das eleições. Mas, entretanto, já assistira ao frenesim conspirativo de José Sócrates e dos seus fiéis para preparar a sucessão de Ferro (na eventualidade de António Vitorino não se candidatar à liderança, o que viria a confirmar-se).
O caso Casa Pia tinha abalado profundamente o PS e chegou a pôr em causa a honorabilidade de Ferro Rodrigues e outros dirigentes socialistas, com base em testemunhos que nunca se confirmaram. Partilhei – e exprimi publicamente – a indignação que se vivia dentro do partido, mas pronunciei-me contra a tentação censória como forma de prevenir a histeria inquisitorial e irresponsável de alguns media.
Numa reunião entre o grupo parlamentar e a direcção do PS, na sede do Largo do Rato, argumentei, em abono dessa posição: «Sabe-se como começa a censura, mas não se sabe como acaba». Ferro, apesar de visado pessoalmente na campanha difamatória, concordou comigo, mas, logo que terminei a minha intervenção, um deputado saltou da cadeira de dedo em riste e advertiu--me severamente: «Não concordo nada com aquilo que você disse!». Era José Sócrates.
Retorqui que era a opinião dele, não a minha, e propus debatermos o assunto. Passámos longas horas a discutir pela noite dentro, num bar de Lisboa, esgrimindo as nossas razões, mas sem ser possível chegarmos a um acordo. Creio que foi aí que percebi definitivamente que o instinto autoritário de Sócrates e a sua desconfiança visceral em relação aos jornalistas – com excepção dos jornalistas alinhados e ‘amigos’– eram traços essenciais da sua personalidade.

Mal tinha eu arribado a São Bento, José Sócrates foi, entre os meus colegas de bancada, daqueles que manifestaram maior cordialidade e simpatia para comigo. Durante um período inicial, não fui insensível a essas atenções, presumindo que Sócrates estaria suficientemente informado sobre as minhas ‘idiossincrasias’ pouco ortodoxas ou domesticáveis e que não haveria nenhum comércio espúrio em perspectiva. Relacionava-me, aliás, de forma excelente com outras pessoas do círculo próximo de Sócrates, como Pedro Silva Pereira.
Mas, à medida que o tempo foi passando, os equívocos que pudessem existir sobre a minha hipotética adesão a esse círculo de incondicionais socráticos dissiparam-se por completo. E é hoje claro para mim que foi a iminência de Sócrates suceder a Ferro Rodrigues como líder socialista (eu cheguei a apostar em António Costa que, no entanto, rejeitava liminarmente essa hipótese) o pretexto final para encerrar uma experiência política que, certamente por imperdoável ingenuidade minha, eu encetara com genuína convicção, mas se viria a revelar verdadeiramente frustrante.

Sempre me senti socialista (ou, se quiserem, social-democrata à maneira nórdica), apesar do meu esquerdismo libertário juvenil. Foi, de resto, esse grão de irreverência anarquista que nunca consegui extirpar – talvez por uma vocação natural de rebeldia – o motivo maior da minha aversão às amarras do partidarismo ou do seguidismo tribal. Mas isso não impede que me reconheça na grande nebulosa da esquerda democrática. É essa a minha família política.
Embora tenha arriscado fazer uma parte do meu caminho político como militante e deputado do partido de que me sentia mais próximo – recordo, por exemplo, a alegria e o entusiasmo com que participei na campanha eleitoral de 2002 em Lisboa – nunca mantive grandes ilusões sobre as pequenas misérias e mentiras da vida partidária ou qualquer suposta ‘superioridade moral’ do PS.

Não atribuo exclusivamente a Sócrates a descaracterização daquilo que, em termos românticos, poderíamos chamar a ‘alma socialista’. Muito antes dele, o PS já passara por outras peripécias nada românticas ou edificantes. Mas também é verdade que nunca, como agora, vi essa alma tão perdida, penada e desonrada pelo carreirismo, pela vileza e pela falta de carácter (alguns mostram horror a que se fale disso, como se o carácter não fosse a essência da nobreza política).
Onde estão as vozes inconformadas que não se fazem ouvir ou se escondem cobardemente atrás do reposteiro das conveniências, pactuando com a mentira, o cinismo, os negócios escuros e a promiscuidade dos interesses?
Como é possível que aquilo que se mete pelos olhos dentro como punhais possa ser negado e mistificado em nome de embustes e hipocrisias formais? Como poderá a fidelidade servil ao chefe ser colocada acima dos ideais, princípios e convicções que inspiram a verdadeira fidelidade moral e política? Perdida a honra, que restará ao PS?

segunda-feira, 1 de março de 2010

educação e cultura

.
Que a educação e a cultura andam pelas ruas da amargura já não é novidade, nem sequer notícia.
Os alunos progridem nas nossas escolas do ensino básico, e secundário, mesmo com oito avaliações insuficientes na classificação final anual, num conjunto global de nove ou dez.... Abonar uma insuficiência que pode chegar aos oitenta por cento, só pode instruir e formar alunos faltos, que presumivelmente se revelarão, mais tarde ou mais cedo, cidadãos impreparados e por consequência explorados. Claro que nem sequer estou a falar daquelas situações particulares ou excepcionais previstas na lei, decreto.... O problema está no lema, ou seja, advém porque se tem vindo a fazer regra duma conjuntura que devia ser virtualmente excepcional.
E, quando a exigência (legal), de per si, já é tão pouca...............
Esta situação, configurativa do mais absoluto facilitismo e laxismo, desvia os jovens de atributos como a perseverança, o sacrifício, a responsabilidade e o trabalho. Mas não só destes princípios! A reverência para com os mais velhos, o carinho aos doentes e desfavorecidos, a preservação da natureza, e a amizade e respeito pelos animais, acrescem como valores obsoletos, cada vez mais em desuso. Quer por jovens, quer por adultos! Só que, enquanto os valores primeiramente referidos, se repercutem sobretudo na esfera pessoal de cada um, os segundos têm haver com todos nós, com a colectividade que todos somos, definindo-a, caracterizando-a e determinando-a.
Para o melhor e para o pior.
Não se estranhem as sociedades falhas de valores, se não fomos educados para eles. Nem se tão pouco deles nos dão exemplo, como muito bem escreve nesta crónica MAP. O respeito pelos animais e pela natureza, surge nas sociedades ocidentais por meados do século passado. Tem uma vida tão curta, que ainda vai na infância, mas está cada vez mais presente, em cada vez mais espíritos. Podemos inclui-lo no Direito ao Ambiente, que tal como o Direito à Paz, está consagrado no que se convencionou chamar de Direitos do Homem de terceira geração. Hoje, desvalorizar, desconsiderar ou iludir estes princípios não abona quem quer que seja, mesmo, ou sobretudo, se investido(a) em funções ministeriais.
A educação e a cultura estão a precisar de melhores dias. Até por estas bandas.
.

.