sexta-feira, 30 de julho de 2010

Contraluz

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De vez em quando, a vida "consome-se" no escurinho do cinema.
Há tempos que não via cinema português.
Ontem assisti ao filme de Fernando Fragata, "Contraluz", estreado no dia vinte e dois.
É o primeiro filme de um realizador português a ser integralmente filmado nos EUA.
Diz-se ter sido rodado entre 2008 e 2009 em Los Angeles e nas inóspitas e fascinantes paisagens do deserto do Mojave e dos lagos Mead e Powell.
O filme do realizador de 44 anos, 20 deles vividos entre Portugal e Los Angeles, pretende mostrar como os mais pequenos e inesperados pormenores, como uma tesoura ou um GPS, podem, em situações limite, "alterar ou mesmo salvar vidas".
Esquecemo-lo, mas é sempre assim. Não há efeitos sem causas. No entanto, a vida é constituída por uma série de "acasos", mais ou menos ocasionais, que a tornam única e diferente consoante acontecem, ou nos decidimos por uns e não por outros.
O elenco do filme é luso-americano, destacando-se como interpretes principais Joaquim de Almeida, Ana Cristina de Oliveira e Evelina Pereira, bem acompanhados pelos jovens Skyler Day e Joey Hagler.
António Feio participou recentemente, e aqui se recorda, com uma mensagem de esperança na apresentação do trailer do filme .



Acaba de ser noticiada a sua morte.
António Feio nasceu em Lourenço Marques a 6 de Dezembro de 1954 . A 27 de Março de 2010 foi condecorado comendador da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República, Cavaco Silva, por ocasião do Dia Mundial do Teatro.
«Tinha apenas 12 anos quando subiu ao palco pela primeira vez, pela mão do encenador Carlos Avilez, no Teatro Experimental de Cascais. Dividiu sempre o palco com a televisão, onde participou em inúmeros programas de humor, quase sempre ao lado de José Pedro Gomes. "Conversas da Treta" foi a peça que o consagrou e que muitos sorrisos arrancou aos telespectadores».
Fui um dos privilegiados. Ri muito, e com muita satisfação.
Obrigado António.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

quem vier atrás que apague a luz, e feche a porta




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Passaram bem mais de quatro meses, desde a última vez que aqui estive.
Muitos factos aconteceram. Muitos eventos se verificaram.
Muita água correu debaixo das pontes. E pelo Poço Negro também.......
De muito, escrever se podia!
Do Benfica campeão;
Do criminoso desastre ecológico que foi, (é), a fuga de petróleo no Golfo do México, que a BP demorou mais de três meses a estancar;
Da morte de Saramago; (...e de outras mortes)
Do mundial de futebol na África do Sul;
Da OPA da Telefónica, para a compra de 50% do capital que a PT detêm na brasileira Vivo;
Do estado da nação;
Do 92º aniversário de Mandela; (... e até de outros aniversários)
Das obras na "Catedral" - (está bem bonita a nossa igreja paroquial);
Do ajardinado arranjo do dito campo da feira;
De ..................
De tanto, escrever se podia!
E, todavia, mais de quatro meses se passaram. Sem qualquer registo!
Antoine Lavoisier, famoso química francês, certificou que:
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".
E, eu, descobri ver-me transformado não só num indiferente assumido, como também num desapaixonado incurável. Ando mesmo misantropo e alquebrado. Há motivos.
Dentro de dias, mais propriamente de 30 de Julho a 01 de Agosto, vai acontecer a 11ª edição das Feira das Artes e Ofícios Tradicionais. Pode ser que algum ânimo aporte.
O mundo é composto de mudança, e....

Quem vier atrás que apague a luz, e feche a porta.