sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pinócrates Report

O Governo divulgou um pomposo documento intitulado "Políticas de Valorização do Primeiro Ciclo do Ensino Básico em Portugal", que refere elaborado por cinco peritos ditos independentes.
Sócrates apresentou-o no CCB, com pompa e circunstância.
Um relatório da OCDE, que faz elogios ao Governo português como jamais foram ditos, escritos, ou ouvidos, disse-o o Governo, disse-o Sócrates.
Sócrates comentou, brioso, para a “Maria”: “ foi um prazer trabalhar consigo”.
Sócrates está orgulhoso, está altaneiro, está altivo, está protegido.
O país desconfia da excelência, a oposição contesta, os professores desmentem, os jornais comentam.
No Parlamento, a oposição em bloco confrontou o Primeiro-ministro com o que diz ser mais uma habitual cena de propaganda política, uma farsa e uma mentira, o que aquele foi negando enquanto, dizem, procurava justificar os auto-elogios e hossanas com indisfarçável enfado e até rudeza.
Os comentários de Vasco Graça Moura e de Santana Castilho, escritos nos jornais DN e Público, fazem luz e desmontam mais uma grotesca encenação de um governo arrogante, obsessivo, e que só pelo facto de poder estar de cabeça perdida, se não coíbe de recorrer às mais estapafúrdias mentiras, no intuito de querer passar a ideia de “bondade” da sua contestada política educativa.
Afinal o relatório não é da OCDE, nem é de independentes, nem é sério, como demonstram, entre muitos outros, os comentadores referidos, e que a seguir se sintetizam.
"A Deborah", nada assinou e apenas escreveu o prefácio.
Que se saiba, " Deborah", é uma economista que nada escreveu sobre questões de educação, embora chefe de divisão das Políticas de Educação e Formação da OCDE desde meados de 2007.
Ainda assim, " Deborah", veio a Lisboa para servir um objectivo do Governo socialista: o de fazer passar a ideia de que se tratava mesmo de um relatório da OCDE.
O PM chegou a afirmar no Parlamento que o relatório tinha sido assinado por ela, “Deborah".
Com desagrado e enfado foi obrigado a engasgar, a titubear, perante as críticas, os argumentos, e as evidências de toda a oposição.
Afinal a “pérola” não é um relatório de avaliação sério e credível, mas um mero artigo opinativo e pouco capaz. Porquanto se baseia em fontes governamentais, porque o método e as técnicas são de duvidosa legitimidade, porque por parcial recolha e insuficiente testagem, acaba por ter um rigor científico menor e uma valia mingua.
V.G.Moura chega a escrever: “Se é assim que a OCDE trabalha, estamos bem aviados! Resta saber quem é que intermediou toda esta batota e quanto é que ela custou”.
Santana Castilho diz: “ está em marcha uma segunda edição desta macacada, agora no que diz respeito aos cursos profissionais das nossas escolas públicas”.
O país continua à tona; entretanto outras maravilhosas surpresas aportarão neste país à beira mar.
Leia aqui os artigos completos:
1 - Vasco G. Moura artigo de opinião no DN
2 - Santana Castilho artigo de opinião no Público (via este link)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

FREEPORT

Não é possível passar ao lado do caso Freeport.
Ele está presente em todo o lado, desde as conversas de café às salas de espera de qualquer consultório, passando pelas viagens de comboio, autocarro, etc. Em qualquer “ajuntamento de mais de um” é tema para a usual e mordaz cavaqueira. Munidos e documentados com as últimas revistas e jornais discute-se e alvitra-se sobre o tema, umas vezes mais afoitos, outras mais acanhados.
E, bom é que opinemos, bom é que discutamos e que o façamos de forma aberta, livre, sem embargos de voz ou aos sussurros. Não podemos permitir o regresso ao passado, à censura, à versão oficial e única. Tudo deve ser, tem de ser, discutido, ainda que, ou até porque, se trata de assunto da governação.
Para que o nosso juízo seja correcto devemos obter informação verdadeira, credível e diferenciada.
Deixo-vos a opinião que se segue. Vale o que vale qualquer opinião.
O texto tem um link para quem quiser ler o artigo completo no jornal correio da manhã.

Correio da Manhã 02 Fevereiro 2009
António Ribeiro Ferreira, Jornalista

Estado do Sítio Lavandaria rosa

O senhor Presidente da República classificou o caso Freeport como um assunto de Estado. É natural que esta afirmação de Cavaco Silva já esteja a ser devidamente analisada pela central de contra-informação rosa que pretende reduzir o processo de Alcochete a uma campanha negra, uma miserável cabala, uma urdidura, uma infame ignomínia montada por uma central que pretende atingir pessoal e politicamente o senhor Presidente do Conselho e, por tabela, decapitar a direcção do Partido Socialista.
Nada de novo, portanto. A imaginação dos pobres agentes da central de contra-informação rosa anda, manifestamente, pelas ruas da amargura. Imaginam que os bons resultados obtidos no processo de pedofilia da Casa Pia se vão repetir neste caso Freeport. Acontece que as situações são diferentes, a violação de menores não se compara à corrupção ou ao tráfico de influências e, para azar dos contra-informadores, no terreno também anda uma autoridade inglesa, a Serious Fraud Office, que legitimamente quer saber para que bolsos foram parar uns milhões de libras de uma empresa britânica que acabou falida e vendida a baixo preço a um grupo liderado por altas figuras da política norte-americana, com estreitos laços a eminentes figuras deste sítio corrupto, manhoso, pobre, deprimido e obviamente cada vez mais mal frequentado.
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É obvio que os e-mails enviados pelo primo aos promotores a pedir contrapartidas e as mensagens destes para a empresa a justificar o pedido de avultadas verbas para subornos são, para os contra-informadores, não factos mas apenas peças da tal campanha negra. Neste sítio, pelos vistos, não há corruptos e corruptores. Só há gente que fez fortunas por milagre e uns tantos almocreves que fazem autênticos milagres nas lavandarias do regime.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Divagando.............

O mês de Janeiro está a terminar. Geralmente é um mês de poucos acontecimentos, ou então somos nós que assim o pensamos. Seja porque os tempos do Natal e do Ano Novo acrescentam sempre algum cansaço e peso aos nossos corpos, o que nos torna mais indolentes e menos dados à vida social, seja porque a chuva e as baixas temperaturas da época nos sujeitam e convidam a ficar por casa. Porém, este Janeiro de 2009 está a ser bem pródigo em eventos. Porque a minha terra vale sempre a pena, valerá a pena divagar, por alguns:

1 - A neve e a chuva foram presença quase constante neste mês de Janeiro, sobretudo nos dias 8, 9 e 10. No dia 9 em particular, a neve caiu com abundância. Ao telemóvel, pude ouvir as descrições que me fizeram do magnífico espectáculo que apresentavam as ruas, as árvores, e os telhados das casas, tudo coberto de branco. E os espigueiros na Eira do Penedo, como deviam estar lindos! Escutei os relatos das brincadeiras infantis que no Largo do Eiró estavam a acontecer. Ouvi, imaginei, e fantasiei outros tempos, em que ali também eu manipulava bonecos de neve com nariz de cenoura, olhos de botões e cachecol para que não tivessem frio. As fotografias, de telemóvel, perderam-se. Tenho muita pena, temos com certeza muita pena, mas as tecnologias são implacáveis. Parabéns aos mais novos a quem esta alegria foi proporcionada, pois a neve já não descia ao Eiró há muitos anos.

O Inverno, com os seus dias curtos e noites longas, convida ao aconchega do lar. Permite que nos debrucemos um pouco mais sobre nós, que desfrutemos do convívio da família e até que coloquemos em dia algumas tarefas ou mesmo passatempos e, ou, simplesmente preguicemos. Aproveitando o calor da lareira podemos conversar, ler ou ouvir música, prazeres caseiros de Inverno que o calor do Verão normalmente complica.
Eu aproveitei, li e ouvi música. Ouvi entre outras, “tombe la neige de Adamo” e ouvi também as Camponesas da Vila de Soajo, a minha terra, tão linda e tão bela freguesia. O CD saiu e comprei-o no Verão passado. Já o não ouvia há algum tempo. Está bem bonito.



















As nossas músicas, velhas e novas, são para recordar, ouvir, proteger e coleccionar. Em tempos fiz dois vídeos com a Estúrdia; hoje o meu hobby ou passatempo será fazer um vídeo com a cana verde de Soajo pelas Camponesas.
O vídeo pode ser visto na Net, no You Tube, aqui, mas comprem o CD, e apoiem o rancho.


2 - Os eleitores de Viana do Castelo chumbaram no último domingo, 25-01-2009, num referendo local, a integração do concelho na Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM). O referendo teve fraca participação uma vez que a abstenção atingiu 69,24 %, o que o faz não vinculativo, pela referida abstenção ter excedido os 50% de eleitores recenseados.
Dos 88.105 eleitores inscritos, apenas votaram 27.101, dos quais 9.934 no sim e 16.347 no não. Assim sendo, o sim ficou-se pelos 37,8 por cento e o não chegou aos 62,2 por cento.
Tenho pouca informação sobre esta matéria. Desconheço as vantagens e os inconvenientes de um e outro lado da barricada. Logo não tenho opinião. Todavia, quer-me parecer que o executivo de Viana, que fez campanha pelo não, se está a comportar neste caso, um pouco egoisticamente. Um contra todos indicia, ou supõe, comportamento pouco democrático e nada solidário.

3 - No futebol, o Atlético de Valdevez chegou aos quartos de final da taça de Portugal, tendo sido quinta-feira, 29-01-2009, eliminado pelo Nacional da Madeira. O jogo, que se realizou no complexo desportivo de Melgaço, terminou com o resultado de 1 a 1 ao fim dos 90 minutos e do prolongamento. Nas grandes penalidades o Atlético sucumbiu, tendo unicamente convertido uma. Apenas vi na TV os 20 minutos finais e parte do prolongamento. Gostei do Atlético que já não via jogar há um bom par de anos. Jogou bem, desinibido, olhos nos olhos, concentrado, tranquilo, boa técnica. Obrigou uma equipa da primeira a prolongamento e até a podia ter eliminado aos 86 minutos, quando teve algum azar com uma bola na trave e no poste, no mesmo lance.
Parabéns ao Atlético, que dignificou o futebol do Alto Minho. Agora há que continuar, aproveitar a onda, e procurar na próxima vez fazer ainda melhor.
O frio e a chuva continuam.
Meia-noite está batida e Fevereiro já cá está.
E o Carnaval está achegar.
Boa música.