segunda-feira, 30 de março de 2009

Opinião publicada

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Não resisti.
Tinha de partilhar este artigo de opinião.
Sei que nem sempre temos acesso aos jornais, a este ou àquele jornal, e por isso nos escapam ideias e pensamentos que merecem ser lidos e meditados. Penso ser o caso deste artigo de opinião que o jornalista Mário Crespo fez publicar hoje no JN.
Com a devida vénia transcrevo o link e o artigo.
Faço-o por motivos óbvios:
1 – o jornalista é um decano do jornalismo nacional e internacional, reputado e respeitado;
2 – todos os dias, em todo o sítio e a toda a hora, se ouve dizer que a corrupção está a afundar o País;
3 – diz-se à boca cheia que a justiça não funciona, não é atempada e não é cega;
4 - o Povo Português tem vindo a assistir, incrédulo, ao arquivamento de variadíssimos processos judiciais chamados de colarinho branco;
5 – o Povo Português tem sido confrontado com situações de não pronúncia, apesar de os suspeitos terem inclusivamente sido submetidos a prisão preventiva de vários meses;
6 - o Povo Português acredita cada vez menos na justiça do Estado;
7 - até onde estará o Povo disposto a suportar a demissão do Estado?

JN - 30 Março 2009
Opinião - Mário Crespo
"Porque é que o cidadão José Sócrates ainda não foi constituído arguido no processo Freeport?
Porque é que Charles Smith e Manuel Pedro foram constituídos arguidos e José Sócrates não foi? Como é que, estando o epicentro de todo o caso situado num despacho de aprovação exarado no Ministério de Sócrates, ainda ninguém desse Ministério foi constituído arguido? Como é que, havendo suspeitas de irregularidades num Ministério tutelado por José Sócrates, ele não está sequer a ser objecto de investigação? Com que fundamento é que o procurador-geral da República passa atestados públicos de inocência ao primeiro-ministro? Como é que pode garantir essa inocência se o primeiro-ministro não foi nem está a ser investigado? Como é possível não ser necessário investigar José Sócrates se as dúvidas se centram em áreas da sua responsabilidade directa? Como é possível não o investigar face a todos os indícios já conhecidos? Que pressões estão a ser feitas sobre os magistrados do Ministério Público que trabalham no caso Freeport? A quem é que o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público se está a referir? Se, como dizem, o estatuto de arguido protege quem o recebe, porque é José Sócrates não é objecto dessa protecção institucional? Será que face ao conjunto de elementos insofismáveis e já públicos qualquer outro cidadão não teria já sido constituído arguido? Haverá duas justiças? Será que qualquer outro cidadão não estaria já a ser investigado? Como é que as embaixadas em Lisboa estarão a informar os seus governos sobre o caso Freeport? O que é que dirão do primeiro-ministro de Portugal? O que é que dirão da justiça em Portugal? O que é que estarão a dizer de Portugal? Que efeito estará tudo isto a ter na respeitabilidade do país? Que efeitos terá um Primeiro-ministro na situação de José Sócrates no rating de confiança financeira da República Portuguesa? Quantos pontos a mais de juros é que nos estão a cobrar devido à desconfiança que isto inspira lá fora? E cá dentro também? Que efeitos terá um caso como o Freeport na auto-estima dos portugueses? Quanto é que nos vai custar o caso Freeport? Será que havia ambiente para serem trocados favores por dinheiros no Ministério que José Sócrates tutelou? Se não havia, porque é que José Sócrates, como a lei o prevê, não se constitui assistente no processo Freeport para, com o seu conhecimento único dos factos, ajudar o Ministério Público a levar a investigação a bom termo? Como é que a TVI conseguiu a gravação da conversa sobre o Freeport? Quem é que no Reino Unido está tão ultrajado e zangado com Sócrates para a divulgar? E em Portugal, porque é que a Procuradoria-Geral da República ignorou a gravação quando lhe foi apresentada? E o que é que vai fazer agora que o registo é público? Porque é que o presidente da República não se pronuncia sobre isto? Nem convoca o Conselho de Estado? Como é que, a meio de um processo de investigação jornalística, a ERC se atreve a admoestar a informação da TVI anunciando que a tem sob olho? Será que José Sócrates entendeu que a imensa vaia que levou no CCB na sexta à noite não foi só por ter feito atrasar meia hora o início da ópera?"

Celebração

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Os vídeos “Soajo terra bonita” e “Soajo imagens e música” ultrapassaram as 5000 visitas, exibições ou visualizações.
Quando me propus a sua realização estava longe de imaginar que, peças tão pessoais e de âmbito tão pouco genérico e ecuménico, pudessem despertar interesse significativo. E não sei se despertaram! Mas uma coisa eu sei, e é o youtube que o mostra. Sei que no caso do “Soajo terra bonita”, com apenas 10 meses de WWW e para as condições referidas, mais de 5000 visualizações se não envaidecem também não envergonham.
O “interesse” residirá fundamentalmente nas palavras-chave como pelourinho, espigueiros, parque e barragem, e também na grandeza das nostálgicas recordações dos meus conterrâneos.
As palavras-chave assumem importância relevante nas pesquisas feitas na Net, em especial em sites de pesquisa como o Google, como pacificamente se aceitará.
Quanto às recordações dos meus conterrâneos estarão sempre relacionadas com o património colectivo que herdamos, com as memórias que partilhamos e com a afectividade que nos aproxima. Acredito saber contabilizar a sua monta! Sobre a qualidade dos vídeos nunca eu tive dúvidas, uma vez que sou amador, neófito na matéria, e “realizador” nas horas vagas sem pretensões de qualquer tipo. Acresce que foram feitos a partir de elementos quase sempre antigos e pessoais, sem quaisquer tratamentos ou cuidados especializados.
Foram fruto de ocupação de tempos livres e tiveram o propósito duma partilha singela.
Se com eles, ou por eles, nos pudermos aproximar, divertir e comunicar, isso sim me envaidece.
E por isso me agrada e alegra convidar-vos para esta celebração, para este brinde, onde por ser eu a fazê-lo sou também eu a demandar e a decretar:
“ Sejam Felizes”.
Prometo que outros vídeos, e seguramente outros brindes, se seguirão, nas mesmas condições e com os mesmos objectivos.
música: valentim por Amália

domingo, 29 de março de 2009

Onde Abril nos levou!

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PM – Sócrates - acusado de corrupção na imprensa.
Notícia avançada pela TVI (Sexta - 27.03.2009 - 20h21)
Vários outros órgãos de comunicação deram algum relevo a este episódio nada dignificante para o actual PM, como já se está a ver com as vaias que teve de ouvir no CCB e num jantar comício em Santa Cruz.

O tema pode ser desenvolvido por quem queira saber mais nos links abaixo para os jornais correio da manhã e público.

- Correio da manhã:
“É corrupto”, diz Smith

- Público:
Freeport: Smith afirma em DVD na posse da polícia inglesa que Sócrates “é corrupto”.
Charles Smith, sócio da consultora Smith & Pedro, contratada para tratar do licenciamento do Freeport de Alcochete, diz claramente, num DVD que está na posse da polícia inglesa e que foi hoje divulgado pela TVI, que José Sócrates “é corrupto” e que terá recebido, por intermédio de um primo, dinheiro para dar luz-verde ao projecto do “outlet”.

Sócrates bem se tem afadigado em comunicados, declarações, acusações e insinuações.
Já não colhem! Manter o cargo, mantê-lo no cargo, começa a ser penoso para ele, difícil para o PS, nocivo para o País, e intolerável para o Presidente da República.
Os discursos da boa e má moeda não estão assim tão longe no tempo!
E o que é mais grave, é que o país está cada vez pior, apesar do apertar de cinto a que fomos e estamos a ser sujeitos, com todo o cortejo de sacrifícios daí decorrentes.
Na economia a recessão é factual, e os salários são cada vez mais curtos; a saúde está pela hora da morte, do sistema nacional de saúde, curiosamente criado pelo PS, já pouco ou nada resta; a educação é considerada um desperdício e cada vez se lhe pretendem afectar menos meios, grassa a ignorância, a imbecilidade, a displicência, a indisciplina, a desresponsabilização, e a impunidade; o achincalhamento infligido aos professores já começou a dar dividendos; o emprego está no desemprego; o nível da carga fiscal já nos leva 139 dias de trabalho (4 meses e 19 dias), só para pagar impostos directos, excluem-se os indirectos, as taxas e as multas.
Eu sei que estamos atravessando uma crise mundial grave. Eu sei que fomos apanhados por um criminoso turbilhão financeiro externo, que explodiu em várias fileiras e para todos os pontos cardeais. Mas, não havia necessidade de lhe acrescentar os birrentos, mesquinhos, arrogantes, presunçosos e acéfalos erros de casting que tão despudoradamente Sócrates lhe acasalou, e que tanto inflacionaram esta desventura porque agora estamos a passar. Havia?
Responda quem saiba, queira e ou possa.
Ou terá sido para distrair os indígenas, precisamente, destes “rabos-de-palha” por explicar, ou sem explicação, que vão do jocoso episódio da licenciatura, … ao mais formal denominado de Caso Freeport.
A pressão sobre os magistrados para o arquivamento é ignóbil e terceiro-mundista!
Sinto-me: apreensivo!
Música: para melhor está bem está bem, para pior já basta assim.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Dia do Pai

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Hoje, dia 19 de Março de 2009, comemora-se o dia do pai.
Foi a minha filha que mo lembrou, quando ontem à noite nos desejávamos as boas noites, com a firme recomendação de não me esquecer do meu pai e seu avó paterno. Estou em crer que ela estava, também, a não querer “comunicar-me” algo mais, algo perceptível na sigilosa cumplicidade do irmão, que vislumbrei pelo canto do olho.
Ela sabe que eu sou “distraído” no que refere a estas realidades convencionais. Costumo ser eu a definir-lhes a solenidade e a importância que merecem, especialmente se com isso não desarmonizo as minhas relações. Todavia, aqui também se aplica o velho adágio popular que diz: “em Roma sê romano”. Vai daí, cá estou.
Estou, inclusivamente, com um sentimento de inevitável e dupla obrigação.
Aquela obrigação típica e simbólica de agradecimento e elogio, que enfatiza as reais e virtuais qualidades dos nossos progenitores. Aquela que os diz sempre vigilantes, fortes, empenhados, justos e amigos. A que os considera, em síntese, os melhores e os mais sacrificados do mundo, prescindindo de qualquer recompensa. Obrigação simpática!
E uma outra obrigação, esta bem subjectiva, pessoal. E porque assim é, tem que ver e haver connosco, e só connosco. Em razão desta privacidade, apenas direi que fui, e sou, um filho feliz, que estou feliz. Estou feliz porque o meu pai, está idoso, está cansado e está doente, mas está na minha companhia. E nem sempre assim foi. Tempo houve em que me senti órfão. A minha terra, o meu Soajo, é terra de emigrantes, e o meu pai também experimentou o duro trabalho noutras pátrias. Como canta Vitorino, e que bem canta, “somos um povo de ciganos, anda sempre alguém por fora”. Com ele presente posso fruir o privilégio das suas opiniões, dos seus conselhos, que nem sempre elejo mas sempre ouço, e sobretudo da sua experiência. Posso sentir-lhe a presença, ouvir-lhe a voz, encostar-lhe o ombro, e sobretudo podemos caminhar lado a lado. Infelizmente, cada vez menos e mais espaçadamente, em função da sua idade avançada e doença. Congratulo-me por este privilégio, que certamente será mais afectivo que longo, e por isso faz todo o sentido este meu reconhecimento, neste dia. Obrigação genuína.
Ofereço-te pai, este vídeo no Youtube, tempos de criança, que ouso desejar partilhemos, especialmente com quem queira aceitar os nossos ideais, e valores, e práticas conducentes à melhor das convivências entre pais e filhos de todo os tempos e lugares.
Tempos de criança, porque “o melhor do mundo são as crianças”.
Imagens de Soajo com música de Rui Veloso.
música: é triste ser-se crescido.