sexta-feira, 24 de julho de 2009

O fim de festa

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Ontem, Manuel António Pina escreveu no Jornal de Notícias mais uma delícia. Todas as suas crónicas o são, e com quase todas me emparceiro. Neste “Portugal Peteriano”, cada vez mais ignorante, bacoco, incompetente, servil, ratoneiro e finório, atrevo-me a dizer que as suas crónicas deviam ser leitura obrigatória nas nossas escolas de jornalismo no âmbito de uma qualquer disciplina de técnicas de comunicação, e também no nosso ensino básico e secundário, aqui inseridas nas matérias de Português e de Educação Cívica.
Não eliminava, mas dava algum jeito no combate à democratização do ensino da ignorância, que tão “bondosamente” veio substituir a ignorância democrática do antigo regime. No outro ou neste discurso, com os outros ou com estes objectivos, os ideais ou valores “proclamados” e ou enfatizados, na prática, sempre têm querido, e obtido, a integração e o controlo das massas, a distracção e o analfabetismo social, a exploração do povo.
Com a vénia devida transcrevo a crónica, e coloco o link para quem queira posteriormente linkar para outras, todas delícias como escrevi e mantenho.
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"Desta vez, os autores da "campanha negra" estão devidamente identificados: são os juízes do Tribunal de Contas. Por motivo de "urgência", embora o contrato só terminasse em 2015, o Governo assinou com a Liscont, empresa da famosa "holding" económico-partidária Mota-Engil/Jorge Coelho (e, já agora, Luís Parreirão, também ex-governante socialista da área das Obras Públicas) um "aditamento" à concessão do terminal de Alcântara. Sem concurso, que a coisa era "urgente" e sabe-se lá quem estará no Governo em 2015. É um contrato justo: a Liscont cobra os lucros e o Estado (a Grande Porca bordaliana, a de inesgotáveis tetas) suportará eventuais prejuízos, ou, nas palavras do TC, "o ónus do risco do negócio passa para o [Estado]". O Estado pagará ainda 1,3 milhões em advogados, consultores & assessores para a montagem e gestão da ampliação do terminal; e até se, durante as obras, calhar serem descobertos vestígios arqueológicos, será (adivinhem quem) o Estado a pagar a paragem dos trabalhos. Só de má-fé é que alguém pode concluir que tudo isto não é de interesse público e do mais transparente que há".
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Música, Fausto, o barco vai de saída
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