quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

pântano, versão dois

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Em 2001 António Guterres disse, depois de perder as eleições autárquicas, que se ia embora para evitar o pântano. E foi. Mas Guterres era, e é, um homem bom. Guterres terá interpretado mal um resultado eleitoral autárquico negativo, que com certeza é diferente de um resultado eleitoral legislativo. Guterres não estava directamente em causa naquelas eleições, mas assumiu a derrota como se tivesse sido ele a ir a votos. A "fuga" sacrificou-o, ou aliviou-o?
Nos seis e pico anos da sua governação, XIII e XIV governos constitucionais, houve efectivamente um " crescimento excessivo" da despesa, não se fez consolidação orçamental e as finanças públicas atingiram "forte" descontrolo.
A governação Guterres teve, todavia, aspectos positivos, já que diminuiu o défice social, investiu na redução da pobreza e da exclusão, reforçou a segurança social e desejou apostar com "paixão" na educação.
Em 2010 José Sócrates está a fazer tudo para "enjeitar" o pântano a que conduziu este pobre povo.
Sócrates espoliou durante quatro anos a classe média em nome de um "pôr as contas em ordem". Quase pôs.
Para fora dos seus bolsos pôs os mais minúsculos e recônditos pedacitos de cotão.
Acometeu furiosamente sobre os funcionários públicos, especialmente sobre os professores e os magistrados. Desvalorizou a conjuntura internacional e geriu despesisticamente a nacional, o que um governante precavido não deve nem pode fazer. Impôs sacrifícios sectariamente. E o suor de muitos portugueses foi debalde. Hoje, de todo o lado nos chegam sinais, e avisos, de que a situação financeira do país está perigosamente descontrolada.
Ferreira Leite diz que Sócrates precisava de "ser completamente irresponsável" para se demitir.
Mas Sócrates é.
Sócrates deseja um pretexto para se demitir, porque sabe que já não tem imaginação para governar. E sem ideias não há governação.