sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

o relatório e o baile

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Ainda nem sequer passou um mês, um único, e já nos é revelado o conteúdo de um novo relatório sobre o estado da educação no nosso país. Até podia ser uma boa notícia, em sintonia com aquela que, então, o nosso governo, e de acordo com a sua leitura, muito pressurosa e efusivamente nos fez ouvir e ver, festiva e repetidamente. Acontece que não é uma boa notícia.
E assim sendo, uma não boa notícia, foram e permanecem mais que fundamentados e justificados os comentários, cautelosos, que na altura aqui foram feitos.

« Relatório 2010
alunos não sabem raciocinar nem escrever
segundo o jornal i online é o próprio GAVE que o escreve.
Estudo do Ministério da Educação em 1700 escolas revela a dificuldade dos alunos em resolver exercícios que não sejam básicos. O relatório do Gave vem demonstrar que os alunos portugueses afinal estão ainda longe de conseguir desempenhar tarefas tão simples como, por exemplo, interpretar um texto poético, solucionar um exercício matemático com mais de duas etapas ou enfrentar um enunciado que não seja simples e curto.
Até no que se refere aos estudantes universitários é dito que uma boa parte é incapaz de escrever sem erros ortográficos, encadear um raciocínio com princípio, meio e fim, interpretar um texto ou perceber o que é dito na aula. As deficiências estão tanto na escrita como na oralidade e têm consequências na aprendizagem e na avaliação dos estudantes. Os alunos perdem a capacidade para compreender conceitos. »
Estas conclusões, escreve ainda o jornal, chegam poucas semanas depois de o tal estudo do PISA revelar que Portugal havia sido o país da OCDE que mais tinha progredido na educação.
Até onde nos terá levado esse progresso ?
Quem conhece esta realidade, e eu conheço dela alguma coisa, não embandeira, não deita foguetes, não festeja; antes se preocupa, se incomoda, se inquieta. Porque a competição, global, vai doravante ser ainda mais intensa e perverso, a educação e a cultura serão sempre boas armas a privilegiar, úteis e legítimas. Por isso, mais do que iludir, ou iludir-se, é forçoso empreender e agir.
E pode, se não fizer bem também não prejudica, frequentar-se uma biblioteca, uma qualquer biblioteca, - educam sempre. Até esta.
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Para todos uma boa passagem de ano, com ou sem baile. Mas sempre com muita alegria, em vós e à vossa volta.