.
opinião
O ministro, a sua mulher, a democracia e a justiça dela
A cerimónia de abertura do ano judicial, hoje, vai produzir uma fotografia de família.
Será a mais triste fotografia da decadência de uma era democrática. Cinco magníficos chefes de exércitos de cera, prodigiosos damascos num monumento de mofo. Não há príncipes neste palácio da justiça, nem justiça neste palácio de príncipes. Começando por um dos cinco, o que é ministro.
A mulher de Alberto Martins, que é procuradora-adjunta, recebeu 72 mil euros pela acumulação de funções em dois tribunais. Apesar do parecer negativo da Procuradoria-geral da República; apesar da decisão contra de um ex-secretário de Estado. Escândalo? Não, um dia normal. Que diz o ministro? Que não interveio. Que faz o ministro? Manda investigar.
Agora compare: há três semanas, o ministro da Defesa alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg, um dos ministros mais populares e fortes de Angela Merkel, foi acusado de plágio na tese de doutoramento. Não esperou por investigação: demitiu-se. Descubra as diferenças, não são sete, é só uma: a dignidade do sistema político sobrepõe-se a quem lá passa.
Uma demissão não é um acto de saneamento político mas de sanidade do sistema; não é uma confissão de culpa, mas de sentido de Estado. Mas em Portugal ninguém se demite, tudo se admite. Os portugueses não conseguem votar por falha grave do Cartão de Cidadão? Rolam cabeças subalternas. A mulher do ministro da Justiça (repito, da Justiça) é suspeita de favorecimento? Não há problema. Mas a expressão "degradação das instituições" vem-nos à cabeça - e é eufemismo.
Voltemos à fotografia de família de hoje: teremos um ministro cuja mulher é suspeita de favorecimento; um Presidente da República traído, e condicionado, pelo Governo; um procurador-geral da República impotente e sem dinheiro para investigar a gravíssima suspeita de um juiz alvo de escutas ilegais; um bastonário que acusa os juízes de violação de direitos humanos e que não consegue que a sua Ordem dos Advogados aprove um orçamento; e um presidente do Supremo que manda destruir escutas ao primeiro-ministro que nunca mais são destruídas.
Este é um retrato patético de poderes que não mandam e que em vez de se separarem, se opõem. Este é o retrato de um sistema de Justiça que faz da própria cerimónia que o celebra uma caricatura da sua lentidão: o ano judicial iniciou-se em Setembro, a sessão de abertura é em Março.
Estamos cansados das reformas na Justiça. Já se reformaram todos os códigos, os mapas judiciários e os nós das acções executivas - e o que sobra são suspeitas de leis à medida de quem legislou, políticas paralisadas e um milhão de processos a entupir tribunais. Fala-se de politização do sistema e de falta de meios, e não se o despolitiza nem se lhe dá meios.
A reportagem que o Negócios hoje publica fala dessa criminosa falta de meios. De um gabinete de seis metros quadrados onde estão duas juízas e por onde todos passam se querem ir à casa de banho. De outro tribunal onde se fez uma "puxada" à máquina de multibanco (!) para fazer telefonemas, pois não há telefone. De um Tribunal do Comércio de Lisboa com arranha-céus de papéis. Uma democracia sem juízes, independentes e poderosos, não é uma democracia, é uma ameaça. Isto não é justiça. Mas é isto a Justiça, com ministro, a sua mulher e tudo.
Os partidos não perceberam nada das manifestações de sábado. Os jovens e velhos, os canhotos e os destros, não pediam empregos para a vida, pediam justiça e uma economia com oportunidades, onde o mérito tenha espaço para prevalecer. Não há justiça sem tribunais. Não há política com partidos que justificam os defeitos porque a virtude é uma abstracção. Há anos que cheira a fim de regime. Mas o regime adora-se.
quinta-feira, 17 de março de 2011
ninguém se demite, tudo se admite
Publicada por leunam-atab à(s) quinta-feira, março 17, 2011
Etiquetas: opinião justiça regime
domingo, 13 de março de 2011
enganados e adormecidos
.
« D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas, diz que:
"Os portugueses caíram na descrença, não acreditam em ninguém ou sequer na mudança." E avisa que :"A apatia tem um preço alto". »
Mais do que uma geração, tudo indica que, afinal, temos um país inteiro à rasca. As imagens, que durante a tarde de ontem passaram nos ecrãs das televisões, parecem não deixar qualquer margem para a mais pequena dúvida. As imagens e as declarações.
Sem trabalho, desempregada, mal empregada e mal remunerada, com trabalho precário, a termo ou parcial, tarefeiros em sucessivos estágios à borla, as gerações mais jovens têm vindo a ser sistemática e recorrentemente enganadas e adormecidas. Condenadas!
Foram-no, no alargamento da escolaridade obrigatória, porque, sendo esta teoricamente desejável e saudável, acabou, na prática, por lhes oferecer pouco mais conhecimento. A medida, mais política que meritória ou valiosa, terá servido apenas, "e só ", para os fazer chegar mais tarde ao mundo do trabalho. Confirma-se!
Foram-no, estão a sê-lo, ainda, quando não se lhes aproveitam as suas capacidades físicas e intelectuais, as suas aptidões renovadoras e inovadoras, as suas propensões para arriscar e empreender. Desvalorizando-os e subestimando-os negasse-lhes o direito, não só de co-definirem o destino, como também de participarem na construção, do seu país. Enganando-os, adormecendo-os, impedindo-os, exturque-se-lhes cidadania.
A chamada "geração à rasca" parece ter dado ontem uma biqueirada no destino que lhe quiseram traçar. Mais do que ter acordado, levantou-se e caminhou. Caminhou, - 200 mil em Lisboa, 80 mil no Porto, - nas ruas e avenidas das principais cidades do país, e puxou pelos pais e avós, que exangues com as últimas medidas de consolidação, ( esbulho), estão a ficar, também eles, sem condições para os poderem continuar a sustentar.
Estamos todos, está o país inteiro, a ficar à rasca.
.
Publicada por leunam-atab à(s) domingo, março 13, 2011
Etiquetas: manif geração à rasca
domingo, 6 de março de 2011
a luta é alegria
.
Não vi o Festival da Canção da RTP - 47.ª edição - que se realizou este sábado no Teatro Camões, em Lisboa. Há muito tempo que me deixei de festivais. Já hoje, li que os Homens da Luta o venceram com a canção ''A luta é alegria''.
E li mais. Li que foi a votação popular que lhes deu a vitória.
Percebi porquê depois de ouvir a canção. Percebe-se.... o povo.
Os Homens da Luta que vão representar a RTP na cidade de Dusseldorf, na Alemanha, no Festival da Eurovisão 2011, também anunciaram a sua presença na manifestação da Geração à Rasca, que irá percorrer as ruas de Lisboa no próximo dia 12.
Publicada por leunam-atab à(s) domingo, março 06, 2011
Etiquetas: festival RTP
sábado, 5 de março de 2011
carnaval
.
Publicada por leunam-atab à(s) sábado, março 05, 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
o tempo que passa
.
Sem tempo, sem modo, sem motivação para escrever. Fica apenas registo duma realidade que desde há muito se vem anunciando, e, testemunhando.
Um país sem crianças.
e...
Um país envelhecido.
Publicada por leunam-atab à(s) domingo, fevereiro 27, 2011
Etiquetas: crianças e idosos
domingo, 20 de fevereiro de 2011
a música do soajocity
.
No tempo presente, há pouca música em língua francesa que possa considerar-se sucesso internacional. Ao que julgo saber, e na modesta valia da minha opinião.
Mas, tempo houve, em que os êxitos em língua francesa até se multiplicavam, e não fartavam.
É desse tempo este trecho, que vou (vamos) ouvir.
mes mains sur tes hanches - Adamo
combien il est doux, la langue de l'amour,
...et...
comme il est bon, de rappeler ...... mes mains sur tes hanches.
Publicada por leunam-atab à(s) domingo, fevereiro 20, 2011
Etiquetas: a música do soajocity
sábado, 19 de fevereiro de 2011
sairá o povo à rua
.
« Está marcado o Protesto da Geração à Rasca em Lisboa e no Porto para o próximo dia 12 de Março.
O país não está completamente amorfo e há qualquer coisa a germinar. Qual o fruto e quando amadurecerá ainda não se sabe. E é bom que não se saiba para não o irem cortar pela raiz", explica o sociólogo Manuel Villaverde Cabral ».
.
Também para ler, no correio da manhã:
- a entrevista de António Barreto
.
- e a opinião de Manuel Catarino.
Publicada por leunam-atab à(s) sábado, fevereiro 19, 2011
Etiquetas: manif geração à rasca, opinião
deolinda
.
Agrada.
E vale a pena ouvir, e ler e reflectir.
.
.
Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição.
Que parva que sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.
Publicada por leunam-atab à(s) sábado, fevereiro 19, 2011
Etiquetas: deolinda, geração parva
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
o centrão
.
Discutiram-se, e votaram-se, esta sexta feira na Assembleia da República propostas do PCP, do CDS e do Bloco de Esquerda que intentavam limitar os salários dos gestores das empresas públicas. Todas foram inviabilizadas pelos partidos do centro, o centrão PS , PSD.
sem vergonha, nem perdão
« O PCP pretendia limitar os salários dos gestores públicos no máximo a 90% do salário do Presidente da República, porque, defendeu o deputado Honório Novo, «não é sobretudo aceitável que haja gestores públicos a ganhar estes vencimentos bilionários em empresas onde se cortam os vencimentos, onde se propõem reduções salariais ou congelamentos».
Já o CDS queria colocar como tecto máximo o salário do Presidente da República. Para a deputada centrista Cecília Meireles, «não é compreensível numa altura como esta que atravessamos, que haja gestores públicos com salários de 500 mil ou 600 mil euros por ano. O Estado impõe austeridade aos outros tem de começar a dar o exemplo e impor austeridade a si próprio»,
socialismo caseiro
« Os velhos prescindem de medicamentos porque o Governo os põe a preços mais caros do que em países como Inglaterra e Alemanha. O socialismo caseiro subsidia as multinacionais farmacêuticas. A Espanha tem remédios 200% mais baratos! O país não dá para velhos, e por este andar não dará para ninguém! Só em juros em 2011 serão 7 mil milhões de euros, sete pontes Vasco da Gama ou dez meses do orçamento para a saúde! »
Este país está cada vez mais desigual, o leque salarial é indignamente aberto.
Este país está com 11,1% de desemprego.
Este país não conseguiu cumprir o aumento do salário mínimo para os 500 €, em Janeiro.
Este país tem, comparativamente, dos preços mais elevados.
Este país paga taxas de juro superiores a 7%.
Este país está em recessão económica.
Este país tem um número vergonhoso de pobres, 50% da população vive em situação de pobreza.
Este país está na dependência do BCE, de credores avulsos, de agiotas disfarçados, dependente...
Este país está sem governo.
Se não aconteceu, podia ter acontecido
.
Publicada por leunam-atab à(s) sexta-feira, fevereiro 18, 2011
Etiquetas: ministro das finanças suíço, vencimentos dos gestores
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
quo vadis
.
« escalada dos juros
Face à escalada dos juros - mantiveram-se ontem acima dos 7% pelo oitavo dia consecutivo - e perante a ameaça de o Banco Central Europeu fechar a torneira, Cavaco quis conhecer a estratégia do executivo.
Portugal está a pressionar Bruxelas para que a flexibilidade das regras do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) avance de imediato, com a exclusão do FMI. Mas a táctica não surtiu o efeito desejado.
João Duque, director do ISEG, considera que este é "um pedido desesperado de ajuda, fazendo parecer que não está a pedir ajuda. Portugal andava à esmola do BCE há meses e já deve ter sido avisado que essa ajuda não irá continuar. O ministro está desesperado porque percebe que vai estar anos com esta pressão".
recessão económica
Banco de Portugal diz que “já estamos em recessão económica”
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, lançou o alerta: "pode dizer-se que estamos em recessão económica". "Nem sempre somos os mensageiros que todos gostaríamos de ouvir, mas o mensageiro não modifica a mensagem. E se a mensagem é sólida e está tecnicamente fundamentada não se pode ignorá-la", afirmou o governador.
desemprego sempre a subir
Nunca houve tantos desempregados em Portugal. Taxa atinge 11,1%.
Segundo as Estatísticas do Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativas ao período de Outubro a Dezembro do ano passado, a população desempregada era de 619 mil indivíduos, mais 9,9 por cento do que no mesmo trimestre de 2009 e mais 1,6 por cento do que no trimestre anterior. »
A incompetência, revelada pelo estado a que chegamos, colocou-os na situação em que estão – mendigos ajoelhados e de boina na mão;
a vergonha impede-os de recorrer à tutela, explícita, do que já cá está em surdina – FMI/FEEF.
O "fado" de tudo isto reside em que, como diz o povo: "quando o mar bate na rocha quem "atura" é o mexilhão". E depois de 2012, quando a factura das parcerias público-privadas for apresentada, então aí o "fado" vai ser mesmo choradinho. E os mexilhões serão sobretudo os nossos filhos, e netos e ...
Publicada por leunam-atab à(s) quarta-feira, fevereiro 16, 2011
Etiquetas: quo vadis
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
deixa andar
.
Deixar andar sempre foi uma característica dos instalados, bem instalados, dos padrinhos e afilhados, dos boys e das girls, dos bajuladores, dos incompetentes,....
Também dos que falam , falam, falam, mas não fazem nada.
para conferir,
a opinião de João Miguel Tavares,
no correio da manhã
« Eles falam, falam, falam, mas não fazem nada
De Ana Benavente a Henrique Neto, passando por Manuel Maria Carrilho, o mundo socialista começa finalmente a acordar da sua longa letargia e a mordiscar as canelas de José Sócrates. Uma compilação das melhores frases de antigos deputados e governantes do PS proferidas nos últimos dez dias traça um retrato tétrico do nosso querido primeiro-ministro.
"Tornou-se autocrata, distribuindo lugares e privilégios, ultrapassando até o centralismo democrático de Lenine" (Benavente). "O partido vai pagar duramente estes anos de José Sócrates. Os erros são tantos, e de tal maneira graves, que põem em causa a independência nacional" (Neto). "Conheço-o há muito tempo, quando eu falo de ideias e de debates, ele pensa em espectáculo e em propaganda. Fala-se muito de determinação, mas quando ela é para a asneira, não ajuda muito, não é?" (Carrilho). E se quiserem, podemos juntar ao conjunto o próprio Mário Soares, ex-grande defensor de Sócrates, que após a escolha de Alegre como candidato socialista começou a espingardar na direcção do animal feroz: "Para o PS português, é o momento de fazer uma reflexão aprofundada, com mais idealismo socialista e menos apparatchik, mais debate político e menos marketing, mais culto pelos valores éticos e menos boys que só pensam em ganhar dinheiro e promover-se." Se são os próprios senhores do PS a dizer coisas destas, quem somos nós para duvidar?
Só que de treinadores de bancada já está Portugal bem servido. E ainda ninguém teve a coragem de dar o passo seguinte: passar das palavras aos actos e candidatar-se no próximo congresso. Enfrentar o eucalipto que secou as raízes do partido deveria ser uma missão para todos os socialistas que ainda pensam pela sua própria cabeça. Infelizmente, a sombra do engenheiro técnico continua a meter medo a muito boa gente. »
e de Paco Bandeira, neste vídeo
Publicada por leunam-atab à(s) segunda-feira, fevereiro 14, 2011
Etiquetas: deixa andar
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
confusão, se não emenda
.
"Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades". Já o dizia Camões, bem lá pelo ido séc. XVI.
Efectivamente, a mais empírica das observações assim no-lo mostra. Todavia, também não deixa de ser verdade que a história se repete.
As mudanças sociais mais visíveis e mais rápidas acontecem no domínio físico ou material, sobretudo tecnológico. Outras mudanças, de natureza imaterial como nos usos e costumes, tradições, língua, religião, são mais lentas, passando por várias gerações.
Há quem aponte muitas semelhanças entre a sociedade portuguesa actual e a que protagonizou a implantação da Primeira República, citando-se sobretudo as que se relacionam com a dívida pública e a carga fiscal, a corrupção, a exploração do povo, o analfabetismo, a angústia, a miséria galopante ...
Os que assim o fazem dizem que nada mudou. Que o povo que somos, autor de feitos e obras ímpares, e como tal reconhecidas, merecia melhor sorte, merecia outros dirigentes políticos.
Também o diz Frei Fernando Ventura na conversa com Ana Lourenço, que este vídeo documenta.
Bem podia ser de ontem, como do início do século XX, este vídeo de Outubro de 2010.
.
.
Assim de memória e ao correr da pena, ou da tecla, eis algumas expressões que retive quando o vi e ouvi:
« somos uma nação com coração, governada por gente peneirenta;
somos uma barraca com antena parabólica no tecto e submarino à porta;
temos muitos denunciadores e poucos anunciadores, e os que temos mentem;
a Islândia citou o primeiro ministro em tribunal, .... ( nós absolvêmo-lo sem provas)...
não temos líderes em Portugal, temos oportunistas, e medíocres;
a classe politica, que temos, não se respeita a si própria e muito menos ao país;
é tempo de despedirmos os políticos profissionais para colocarmos profissionais na política;
vivemos de penachos, de títulos, obtidos sabe-se lá como;
temos um nível cultural baixíssimo, apregoando novas oportunidades de coisa nenhuma;
houve demasiado facilitismo, entramos na universidade quase sem saber ler nem escrever;
saímos dos liceus sem saber fazer rigorosamente nada, sem quaisquer qualificações;
estamos a criar gerações sem memória e sem história o que pode levar a cataclismos sociais;
temos vergonha da nossa história, meteram-nos na cabeça que era pecado termos a história que temos;
estamos a construir uma sociedade sem valores, montada na fachada e assente no ter e não no ser;
os caixotes do lixo estão a ser demasiado frequentados;
pelos caixotes do lixo já passa gente que não se pode considerar indigente;
não se pode pensar em TGVs quando o povo está a comer dos caixotes do lixo » .
Parafraseando o Padre António Vieira no Sermão de Santo António aos Peixes: " que possam servir de confusão se não de emenda".
Publicada por leunam-atab à(s) sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Etiquetas: Frei Fernando Ventura
a música do soajocity
.
Hoje passei algum tempo recordando músicas, dos tempos do vinil e dos velhinhos gira-discos.
Claro que agora se ouvem de CDs, com execução remasterizada, em estéreo e quadrifonia. A qualidade assim é bem melhor e o prazer superior.
Gosto de todo o género de música, de boa música, da música que me agrada.
Também da country, dos blues e da soul music.
Que vou partilhar, esperando que também apreciem.
Ben E King - Spanish Harlem
Save the last dance for me - The Drifters
Publicada por leunam-atab à(s) sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Etiquetas: música do soajocity
são as taxas, estúpido
.
Nem vale a pena dizer mais nada! Transcrevo.
« Leilão do Tesouro até mil milhões para quarta-feira
O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) confirmou esta quinta-feira que vai promover um leilão de bilhetes do Tesouro na próxima quarta-feira com um financiamento entre 750 milhões e mil milhões de euros.
Em comunicado, o IGCP diz que "vai realizar no próximo dia 16 de Fevereiro pelas 10h30 um leilão da linha de bilhetes do Tesouro com maturidade em Fevereiro de 2012 (BT17FEB2012), com um montante indicativo entre 750 milhões e 1000 milhões de euros", tratando-se de uma nova linha de crédito com maturidade a 12 meses.
Na última emissão semelhante à que está anunciada, o IGCP pagou um juro de 3,71 por cento para uma colocação de 800 milhões de euros em bilhetes do Tesouro.
Os juros exigidos pelos investidores para comprar dívida soberana portuguesa no mercado secundário estavam a aliviar às 10h49, depois de terem negociado em máximos desde a entrada no euro, após notícias de que o Banco Central Europeu terá voltado a intervir.
A essa hora, a taxa de juro exigida pelos investidores para comprar títulos de dívida com maturidade a dez anos aliviava para 7,37 por cento, depois de ter chegado a negociar nos 7,63 por cento esta quinta-feira de manhã. »
.
A dura e crua realidade até foi escrita de forma amiga. Reparando no lay- out da notícia temos de chegar à última linha para sabermos que os juros chegaram hoje a 7,63%, e só aliviaram depois da intervenção do BCE. Simpáticos, até porque se esqueceram (?) de referir que vamos precisar de um leilão de importância semelhante, por mês, até final do ano.
A questão, simples, reside nos valores de desempenho económico a que teria de crescer o país, para conseguir suportar taxas de juros nunca vistas desde a entrada em vigor da moeda única.
Só com forte dose de leviandade poderá imaginar-se que tais taxas são suportáveis. Não serão, nem um tal desempenho económico é crível.
Restam a espoliação e a escravização dos cidadãos. E, como sabemos, se aquela já aí está em força, da qual são exemplos os cortes nos salários, os impostos sobre taxas – por exemplo no audiovisual -, e toda uma fileira de habilidades manhosas, esta sequenciá-la-á a breve prazo.
A não ser que, como diz o povo, - "escravo, só por amor".
Publicada por leunam-atab à(s) sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Etiquetas: taxas divida
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
amência
.
Hoje pode ler-se no jornal ionline
« Dívida Pública .
Emissão "positiva" vai custar 226 milhões de euros em juros por ano.
O Estado português realizou ontem uma emissão sindicada de dívida pública, conseguindo colocar 3,5 mil milhões de euros em Obrigações de Tesouro (OT) a cinco anos. A operação permite cobrir 50% das amortizações de OT a fazer até Junho. Contudo, o juro negociado na emissão - 6,45% - foi muito elevado, comprometendo Portugal a pagar 226 milhões de euros por ano, mais do dobro do que o governo pretende poupar com a extinção de empresas e institutos públicos. No final dos cinco anos, são 1,13 mil milhões de euros (0,66% do PIB). Isto é, o governo paga em juros um terço daquilo que pediu emprestado. »
Desde sempre ( todos ? ) sabemos que não é o governo quem paga!
Quem arca são os cidadãos. Alguns cidadãos, porque a sanha do publicano abateu-se especialmente sobre os trabalhadores da função pública, os reformados, os doentes, os jovens a quem foi negado o abono de família... e demais arraia miúda.
O assalto do onagro desabou sobre eles com tal amência, que não envergonharia as práticas de um qualquer tiranete subsaariano.
Bajulação e servilismo para cima - ( Merkel ), - jactância e despotismo para baixo - ( população anónima ).
Que uma tal obnubilação o não coloque em estado de inimputabilidade e o povo julgá-lo-á.
Acabo de ouvir que no mercado secundário os juros voltaram a atingir a pornográfica taxa de 7,2%.
Porreiro pá.....
Publicada por leunam-atab à(s) terça-feira, fevereiro 08, 2011
Etiquetas: juros dívida pública
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
hibernação
.
daqui para ali, e dali para aqui, assim fomos passando os dias frios de Janeiro.
Frios de temperaturas baixas, de muita noite e pouco dia.
Escuros, encobertos, tristes, indolentes.
Preguiçosos!
Nefasto Janeiro, já se foi!
E vieram eleições presidenciais;
e cortes salariais;
e detenções de delegados sindicais;
e juros cada vez mais altos nas dívidas (soberanas?) nacionais;
e a venda da Nação aos chinocas, árabes, ...., líbios e que tais;
e mais e maiores défices (reais) orçamentais;
e taxas cada vez maiores e mais;
e penáltis fantasmas nos campeonatos nacionais;
e sei eu lá que mais!
Hibernei..........
.
.
Mas o homem está aí para as curvas.....
resiste, resiste, resiste, mente, mente, mente...
Publicada por leunam-atab à(s) terça-feira, fevereiro 01, 2011
Etiquetas: hibernação, janeiro video sócrates