sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

são as taxas, estúpido

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Nem vale a pena dizer mais nada! Transcrevo.
« Leilão do Tesouro até mil milhões para quarta-feira
O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) confirmou esta quinta-feira que vai promover um leilão de bilhetes do Tesouro na próxima quarta-feira com um financiamento entre 750 milhões e mil milhões de euros.
Em comunicado, o IGCP diz que "vai realizar no próximo dia 16 de Fevereiro pelas 10h30 um leilão da linha de bilhetes do Tesouro com maturidade em Fevereiro de 2012 (BT17FEB2012), com um montante indicativo entre 750 milhões e 1000 milhões de euros", tratando-se de uma nova linha de crédito com maturidade a 12 meses.
Na última emissão semelhante à que está anunciada, o IGCP pagou um juro de 3,71 por cento para uma colocação de 800 milhões de euros em bilhetes do Tesouro.
Os juros exigidos pelos investidores para comprar dívida soberana portuguesa no mercado secundário estavam a aliviar às 10h49, depois de terem negociado em máximos desde a entrada no euro, após notícias de que o Banco Central Europeu terá voltado a intervir.
A essa hora, a taxa de juro exigida pelos investidores para comprar títulos de dívida com maturidade a dez anos aliviava para 7,37 por cento, depois de ter chegado a negociar nos 7,63 por cento esta quinta-feira de manhã.
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A dura e crua realidade até foi escrita de forma amiga. Reparando no lay- out da notícia temos de chegar à última linha para sabermos que os juros chegaram hoje a 7,63%, e só aliviaram depois da intervenção do BCE. Simpáticos, até porque se esqueceram (?) de referir que vamos precisar de um leilão de importância semelhante, por mês, até final do ano.
A questão, simples, reside nos valores de desempenho económico a que teria de crescer o país, para conseguir suportar taxas de juros nunca vistas desde a entrada em vigor da moeda única.
Só com forte dose de leviandade poderá imaginar-se que tais taxas são suportáveis. Não serão, nem um tal desempenho económico é crível.
Restam a espoliação e a escravização dos cidadãos. E, como sabemos, se aquela já aí está em força, da qual são exemplos os cortes nos salários, os impostos sobre taxas – por exemplo no audiovisual -, e toda uma fileira de habilidades manhosas, esta sequenciá-la-á a breve prazo.
A não ser que, como diz o povo, - "escravo, só por amor".