quarta-feira, 22 de abril de 2009

Música, mas não só II

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José Sócrates deu ontem, 2009-04-21, uma entrevista à RTP1.
Não vi nem ouvi, e não estou arrependido. Vi e ouvi depois, em vários noticiários, alusões, trechos, ou pedaços “disso”. A informação da RTP, estação pública que eu pago, que nós pagamos, com impostos e taxas, merece-me o mais profundo desprezo. Uma vez mais, jornalistas que são pagos a peso de ouro, fizeram questão de demonstrar porque é que o nível de audiências da dita estação tem andado, e anda, com excepção dos programas de futebol, pelas ruas da amargura.
Sócrates é o PM do meu país. Só isto devia ser suficiente para colher a minha atenção, o meu respeito, e até estima. Mas não! Nem sequer chega a ter da minha parte qualquer sentimento. Nem sequer animosidade ou desdém, apenas indiferença.
Durante o dia de hoje fui-me apercebendo que na tal hora e meia de propaganda gratuita de que Sócrates beneficiou, nada havia explicado, nada havia esclarecido, nada havia informado. Não explicou porque enganou os portugueses, dizendo que não aumentava impostos e aumentou de imediato o IVA 2 por cento, para depois o baixar 1; não esclareceu porque não cumpriu a prometida meta de criar 150 000 empregos; não informou o que é, e quem lhe move uma “campanha negra de difamação”.
Uma análise de conteúdo básica, primária, da “conversa em família” ontem acontecida na RTP1, revela-nos que Sócrates não disse uma única vez a palavra trabalhador, como no debate parlamentar de hoje bem lembrou o deputado Jerónimo de Sousa. São outros os amigos de Sócrates!
Sócrates anunciou hoje no debate parlamentar que irá passar a escolaridade obrigatória para 12 anos. A medida é positiva, embora já seja uma promessa de 2005. Vale mais tarde que nunca, pois tudo que possa melhorar e aumentar a educação do povo é desejável, louvável e imprescindível. Em matéria de educação não será este, todavia, o seu facto mais esforçado. Sócrates esforçou-se mais, interessou-se mais, empenhou-se mais em desvalorizar, desautorizar, desacreditar, diminuir os professores que qualquer outro PM da história da nossa democracia. A extensão dos malefícios que causou, e está a causar à educação será um dia conhecida. Hoje nas escolas não se ensina nem se aprende. A escola transformou-se num local de vícios, de indisciplina, de conflituosidade, de preguiça e de ignorância. Basta ler os jornais!
O nosso PM está envolvido numa série de episódios “tristes”, conhecidos e relatados: a história da licenciatura, a história da estação de tratamento de resíduos sólidos da Associação de Municípios da Cova da Beira, a história dos projectos de arquitectura da cidade da Guarda, o caso Freeport,....
O PS tem levado Sócrates ao colo, tem-se esforçado por segurar Sócrates. Os vários dirigentes socialistas desde Vitorino a Martins, a Canas, a Lello, a Soares,.... têm feito as mais insolvíveis e mágicas diligências, na difícil, convenhamos, arte de defender o indefensável. Até quando? Com que recíprocos estragos? Se nos lembrarmos do caso watergate......
Bem, mas isso aconteceu noutras paragens, noutros tempos, e com outros bem menos “sabidos” protagonistas.

Música com os gato fedorento e Rui Veloso.