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Hoje dei por mim a ler a imprensa e deparei com este artigo de opinião do jornalista do DN, Pedro Lomba, que vem no sentido de outros, e do que também já aqui tenho escrito.
O artigo não me surpreendeu! Li-o, por conseguinte, com alguma desatenção e ligeireza. O que me surpreende é, indubitavelmente, a cada vez maior abundância e sintonia de textos que vêm opinando no mesmo sentido.
Respigo estes dois exemplos:
1 - "O primeiro-ministro acha que magistrados, polícias e jornalistas conspiram para lhe inventar passados"
Helena Matos, “Público”, 2009-04-23
2 - “Os portugueses, pelo menos os de hoje, com apenas duas a três décadas de experiência e democracia, prezam a liberdade. Conhecem os seus perigos. Receiam as ameaças. Sábio povo!”
António Barreto, “Visão”, 23-04-2009
Se a isto juntarmos o que podemos ler aqui, não restam dúvidas que o futuro que aí vem não parece trazer-nos o que quer que seja de bom.
Já ouvimos muitas histórias sobre o nosso povo, já muito se falou, disse e escreveu sobre as suas características sociais e morfológicas, sobre o seu espírito empreendedor e de iniciativa, sobre as suas competências laborais, sobre as suas capacidades produtivas e de poupança. Em suma, sobre a nossa capacidade de gerar riqueza. As opiniões são díspares. Não há consensos. No entanto, pacífica parece ser a ideia de que estamos em pé de igualdade com (todos os) outros povos! Nem melhores, nem piores, diferentes. Até já tivemos um período na nossa história de opulência e de liderança mundial, nos idos tempos dos Descobrimentos. Há quem diga ser este o elemento deliberativo. Argumenta-se que a abundância dos tempos dos Descobrimentos só foi possível por isso mesmo, porque a fomos buscar ao Exterior, fora das nossas fronteiras, já que o nosso território, solo e subsolo, é pobre.
A riqueza natural é realmente um factor importante, condiciona, mas não pode ser inibidora do progresso, de desenvolvimento. Ajuda, favorece o desenvolvimento, mas não o impede, não o impossibilita. E para o percebermos nada melhor do que nos socorrermos de alguns exemplos históricos. O Brasil tem imensos recursos naturais e continua a não ser um país de referência; em sentido contrário está o Japão que com fracos recursos se transformou num dos países mais desenvolvidos. Outros exemplos se podiam acrescentar. Então....
Os tempos de hoje são tempos de alguma confusão! São tempos de descrença e de desconfiança, sobretudo porque uma cambada de incompetentes, gananciosos, agiotas e larápios perpetrou verdadeiras pilhagens na finança mundial. Para rir aqui temos Subprime com humor.
Agora, equilibrar as finanças mundiais, e nacionais, reganhar a credibilidade institucional e motivar o povo não vai ser tarefa fácil. Não há milagres, e ninguém tem varinhas mágicas. Todos sabemos que vêm aí tempos difíceis. Que sejam difíceis para todos!
Acresce que Portugal tem uma distribuição da riqueza das mais díspares a nível europeu. Todos ouvimos, em qualquer lugar e a toda a hora, que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. E é um facto indesmentível, é estatístico. Compete ao Povo obrigar o Governo a combater esta brutal desigualdade, esta roubalheira, que já vinha de outros tempos mas que Sócrates agravou. Obriguemo-lo a cumprir uma melhor distribuição da riqueza criada. Só assim se deixará de ouvir que uns vão bem e outros mal, como diz e canta Fausto
Assim vai Portugal.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Música, mas não só III
Publicada por leunam-atab à(s) quinta-feira, abril 23, 2009
Etiquetas: corrupção., demoracia, desigualdades, Fausto, igualdade, liberdade, música, portugal