segunda-feira, 20 de abril de 2009

Música, mas não só

.
Os Xutos e Pontapés são uma das mais antigas bandas rock portuguesas.
Nunca fui um admirador entusiasta da banda, mas confesso que tenho no ouvido quatro ou cinco das suas músicas, a saber: não sou o único, contentores, o homem do leme, a minha alegre casinha, fim do mês……
A discografia dos Xutos sempre foi marcada por um cariz de intervenção e alerta social, notório e reconhecido. A canção “Sem eira nem beira”, que integra o novo álbum de originais da banda lançado na passada semana, está todavia a revelar-se um sucesso, de que nem a banda estaria à espera. Zé Pedro, o guitarrista dos Xutos, diz mesmo que é com alguma surpresa que assiste à euforia em torno da canção “Sem eira nem beira”.
Na minha modesta opinião, dada a conjuntura actual na sociedade portuguesa, a música tem mesmo pés para andar, que o mesmo é dizer, todas as condições para se tornar num sucesso.
Ajuíze por si, confira a letra, e ouça a música neste link.

I
Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem
II
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar/Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
III
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir/Encontrar
Mais força para lutar...
IV
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
V
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar/A enganar
o povo que acreditou
VI
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...
VII
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
VIII
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão