sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

o relatório e o baile

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Ainda nem sequer passou um mês, um único, e já nos é revelado o conteúdo de um novo relatório sobre o estado da educação no nosso país. Até podia ser uma boa notícia, em sintonia com aquela que, então, o nosso governo, e de acordo com a sua leitura, muito pressurosa e efusivamente nos fez ouvir e ver, festiva e repetidamente. Acontece que não é uma boa notícia.
E assim sendo, uma não boa notícia, foram e permanecem mais que fundamentados e justificados os comentários, cautelosos, que na altura aqui foram feitos.

« Relatório 2010
alunos não sabem raciocinar nem escrever
segundo o jornal i online é o próprio GAVE que o escreve.
Estudo do Ministério da Educação em 1700 escolas revela a dificuldade dos alunos em resolver exercícios que não sejam básicos. O relatório do Gave vem demonstrar que os alunos portugueses afinal estão ainda longe de conseguir desempenhar tarefas tão simples como, por exemplo, interpretar um texto poético, solucionar um exercício matemático com mais de duas etapas ou enfrentar um enunciado que não seja simples e curto.
Até no que se refere aos estudantes universitários é dito que uma boa parte é incapaz de escrever sem erros ortográficos, encadear um raciocínio com princípio, meio e fim, interpretar um texto ou perceber o que é dito na aula. As deficiências estão tanto na escrita como na oralidade e têm consequências na aprendizagem e na avaliação dos estudantes. Os alunos perdem a capacidade para compreender conceitos. »
Estas conclusões, escreve ainda o jornal, chegam poucas semanas depois de o tal estudo do PISA revelar que Portugal havia sido o país da OCDE que mais tinha progredido na educação.
Até onde nos terá levado esse progresso ?
Quem conhece esta realidade, e eu conheço dela alguma coisa, não embandeira, não deita foguetes, não festeja; antes se preocupa, se incomoda, se inquieta. Porque a competição, global, vai doravante ser ainda mais intensa e perverso, a educação e a cultura serão sempre boas armas a privilegiar, úteis e legítimas. Por isso, mais do que iludir, ou iludir-se, é forçoso empreender e agir.
E pode, se não fizer bem também não prejudica, frequentar-se uma biblioteca, uma qualquer biblioteca, - educam sempre. Até esta.
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Para todos uma boa passagem de ano, com ou sem baile. Mas sempre com muita alegria, em vós e à vossa volta.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

balanço, 2010

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Em jeito de balanço, creio já poder dizer que o ano de 2010 foi, a nível pessoal, pouco interessante. Tê-lo-á sido também para a grande maioria dos portugueses, sobretudo para aquele considerável lote dos que perderam o emprego, ainda para os que continuando a trabalhar o fazem por conta de outrem, e muito particularmente para aqueles que o realizam para o Estado, Administração Central, Regional e Local.
Resta-nos desejar, e esperar, que 2011 seja menos "problemático" do que se vem anunciando. Esperemos pois, sentados !?.
No que diz respeito a acontecimentos e actividades deste ano que está a acabar, nacionais e mundiais, eis uma (minha) lista, aleatória, em jeito de memorandum, dos 20 que reputo de mais .... tocantes:

1 . - O temporal de Fevereiro na Madeira que terá causado a morte 42 pessoas, para além de centenas de desalojados;
2. - A erupção do vulcão na Islândia que ao provocar uma enorme nuvem de cinzas perturbou o tráfego aéreo na Europa, trazendo caos e prejuízos em todo o mundo;
3. - A explosão numa plataforma de petróleo da BP no Golfo do México, atingindo a costa da Florida nos EUA, que acarretou uma enorme maré negra e matou 22 trabalhadores;
4. – A conquista em Maio pelo S.L. Benfica do título de campeão nacional de futebol;
5. – A visita de 4 dias do Papa Bento XVI a Portugal;
6. – O brutal aumento de impostos, especialmente do IRS, IRC e IVA;
7. – A realização do Mundial de Futebol pela primeira vez num país africano, África do Sul;
8. – O falecimento do Nobel, José Saramago;
9. – Os incêndios do mês de Agosto que castigaram particularmente a Serra de Soajo e todo o Norte e Centro de Portugal;
10. – O corte de salários na função pública; ... apenas a f. p. , ..... e veio para ficar...
11. – A leitura do acórdão do processo Casa Pia; finalmente, e, ..... todos os arguidos foram condenados ! ;
12. – O resgate, bem sucedido, dos 33 mineiros chilenos que estiveram durante vários meses soterrados;
13. – O início do pagamento de portagens nas SCUT Norte Litoral, Grande Porto e Costa de Prata;
14. – A atribuição do Prémio Nobel da Paz 2010 ao activista dos direitos humanos chinês Liu Xiaobo;
15. – A Greve Geral Nacional de 24 de Novembro;
16. - A confirmação – com o contributo de cientistas portugueses - de que os Humanos Modernos, Homo Sapiens", acasalaram com os Neandertais; foram encontrados, no nosso ADN, bocadinhos de sequências genéticas do Homem de Neandertal; há 50 mil anos havia pelo menos mais um terceiro grupo de humanos além de nós e dos Neandertais, os Denisovanos.
17. – A "criação" pela primeira vez de uma incipiente forma de vida artificial no J. Craig Venter Institute, nos EUA, pela equipa de Craig Venter;
18. – A descoberta de uma bactéria que sobrevive no arsénio, elemento químico altamente tóxico e impediente de qualquer forma de vida até aqui conhecida, que poderá lançar a discussão sobre formas de vida extra-terrestre, - a NASA já admite dúvidas, legítimas;
19. - O desenvolvimento pelo(a) Google de carros capazes de auto-condução (condução autónoma), - graças à utilização de sensores - evitando peões, parando nos semáforos e respeitando os limites de velocidade;
20. – As revelações de documentos confidenciais do Governo dos EUA pelo site Wikileaks.
Aí estão. Enumerei vinte. Outros, como a produção de um aparelho electrónica que dizem fantástico, o tablet iPad da Apple, que eu ainda não o experimentei, ou a descoberta de um sistema solar deveras parecido com o nosso, poderiam ser igualmente incluíeis.
Esta é, pois, até dentro das minhas, uma relação naturalmente egocêntrica desses factos fundamentais.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

explosão

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Tenho para mim que o meu país é governado por gente impreparada, inapta e inepta. Social, técnica e culturalmente deficitária, mas excedentária na arte da manipulação sociológica e comunicacional. Politicamente habilidosa. Acresce, como também já foi sobejamente dito e escrito, que é minguada de carácter, mentirosa, teimosa, imprevidente, daninha senão funesta.

Claro que num contexto de dificuldades e de crise, tais atributos potenciam negativamente as consequências das suas políticas e práticas governativas. Ainda mais quando umas e outras se revelam de um completo arbitrarismo, irracional, inoportuno, ilógico e desigual. Como este, de apenas os funcionários públicos poderem vir a ser os únicos cidadãos - com cortes - chamados a suportar o custo dos desmandos governativos, que a toda a sociedade, pública e privada, contentaram. Porquê? E por que não ?

Se, e quando, as previsões e ou conjecturas de renomados sociólogos como António Barreto e Boaventura Sousa Santos se materializarem, uma forte anomia social poderá instalar-se no país. Depois, .... será tarde demais. Porque a "explosão" pode mesmo acontecer.

« Para os sociólogos António Barreto e Boaventura Sousa Santos o ano 2010 foi um ano de susto, em que os portugueses foram apanhados de surpresa. Um ano de medidas de austeridade aplicadas gradualmente e que não tiveram um efeito pleno na vida dos portugueses, como tiveram em países como a Grécia ou a Irlanda, onde as medidas foram particularmente drásticas.

Os dois sociólogos justificam a aparente calma da sociedade portuguesa, apesar do contexto de agravamento da crise e da escalada de violência com manifestações pela Europa, com a falta de tradição organizativa e excessiva dependência do Estado. Lembram que o país viveu metade do século XX sem democracia e que, por isso, as pessoas continuam a ter medo e a viver como num regime de ditadura.

Boaventura Sousa Santos acredita que as “coisas vão piorar” e que “se não houver inflexão vai-se assistir a uma situação explosiva nos próximos anos”.
Na opinião do sociólogo, Portugal não é dos países que “mais se ofendem, pois viveu muito tempo com a mediocridade escondida do salazarismo”, e “não tem tanta percepção de justiça”, mas pode ser contagiado pelas mobilizações sociais na Europa, perante o desgaste dos direitos sociais.

António Barreto e Boaventura Sousa Santos dizem, de acordo com o Público, que os portugueses receberam a crise com surpresa mas podem passar à "explosão". »

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

a música do soajocity

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Os fantásticos anos sessenta, setenta, ...
Os incríveis Beatles,...
Ainda hoje gosto e recordo, até porque o tempo é de paz, concórdia e amor.
A love song in a love time ..., simplesmente.
Simples, despretensiosa, apaixonada,….
Vivre l'amour, parce que c'est le temps d'aimer ...
Bom Natal e Feliz Ano Novo.
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salário mínimo nacional

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Como estamos em tempo de Natal, queria eu escrever sobre Paz, Amor, Alegria, Solidariedade, e sei lá que outras coisas mais. Mas, isto que ouço e leio não tem nada de Natal, não anuncia nenhum espírito de Natal, já que pouca consideração e solidariedade manifesta para com o semelhante "pouco favorecido". E vem de quem pode, afinal de quem destina aquele destino.

No JN, e noutra imprensa de hoje lê-se que o acordo de 2006, que estipulava a paga de 500 € de salário mínimo em Janeiro de 2011, não vai ser cumprido. É mais uma promessa não cumprida e mais um acordo rasgado. A ministra do Trabalho, Helena André, argumenta que não há condições para o aumento deste salário, de imediato, dos 475 actuais para os 500 então ( 2006 ) acordados. Seria um aumento de 25 euros mensais, ou de 83 cêntimos por dia, o equivalente a um café. Garante, no entanto, que os 500 € serão atingidos em 2011, embora de forma faseada. Em Janeiro haverá um aumento de 10 € para 485, e os restantes 15 serão repartidos entre Junho e Outubro.

Neste faseamento foi acompanhada, ou teve o apoio, da Indústria, do Comércio e da UGT. O Turismo não defendeu qualquer aumento em Janeiro. A CGTP exigiu que o SMN atingisse os 500 euros logo em Janeiro. Esta notícia, e este ajuste, mereceria alguma reflexão, não fosse ser já esperado quer o seu conteúdo, quer a sua arrumação.

Desde logo, pela constatação dos posicionamentos dos diferentes parceiros sociais intervenientes na concertação. Confira-se e anote-se, quem emparceira com quem.
Depois, pela ardilosa e velhaca natureza revelada neste comportamento "mãos largas", pelos hominídeos que dela e nele foram partes.

Diz o JN que são 460 mil trabalhadores que recebem até 475 euros, valor do salário mínimo que vai ser aumentado ..... 10 euros em Janeiro.
Digo eu que ... , ainda vai havendo algum sangue fresco na "manada".

domingo, 19 de dezembro de 2010

necessário, mas não suficiente

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A despesa pública portuguesa terá passado de cerca de 37% do PIB para próximo de 50% no período entre 1995 e 2008, segundo escreveu o economista Camilo Lourenço no negócios online a 15 /12/2010. Não admira que para fazer face a despesismo de tal jaez seja necessário, mas não suficiente, esvaziar o bolso do contribuinte, até ao cotão, sobretudo daquele não amigo, que o mesmo é dizer não açoriano, não gestor de uma grande empresa pública, não accionista da Jerónimo, da Portucel, da PT,........

A notícia da OCDE que refere ser Portugal o país da União Europeia onde a carga fiscal mais subiu no período referido, confirma-o. Diz-se que os portugueses trabalham 139 dias para o estado. É obra, sobretudo se não esquecermos que nestes 139 não estão incluídos os impostos indirectos, as taxas, coimas, multas, mais ou menos "obrigatórias", e demais subtilezas encobertas.

O cigano, que com a pretensão de ganhar mais uns dinheiritos foi pouco a pouco retirando a alimentação ao asno, constatou que quando ele já não comia, sem forças, e lhe estava a dar todo o ganho, morreu! Ah não, nem quero imaginar, o "Portuga" não é "Asno", e o Sr. Engenheiro não é Cigano!
Mas, a política sempre foi, como já dizia Platão, a arte de persuadir, ....de enganar.... de iludir....
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É por estas e por outras,....patranhas,.... que está a ser necessário, mas não está a ser suficiente esvaziar o bolso do contribuinte, até ao cotão.
Ainda vai haver mais sangue, suor e lágrimas....
Com ou sem FMI, encapotado ou às claras.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Nojices

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Estamos na época do Natal que é uma tempo de amor, paz, concórdia, tolerância. De amizade e bons pensamentos.
Não queria, por isso, gastar mais um nanossegundo que fosse com a repugnante indecência do César Açoriano. Só que, acabo de ler este texto escrito por Moita Flores no Correio da Manhã de hoje. Estou tão de acordo com ele, como estive com o que então escrevi aqui.
De modo que resolvi testemunhar a minha concordância transcrevendo-o, com a vénia respectiva.
Até no Natal há limites para a bondade, transigência e tolerância.
Também para a vergonha e espanto que me assaltam com a concepção de alguns ....., amigos.... , de quem às vezes , nestas, me afasto.
Correio da Manhã, 12 Dezembro 2010
opinião de Moita Flores
« Um vómito
O subsídio de César não foi para os funcionários pobres das ilhas. Foi para aqueles que mais ganham.
Carlos César, presidente do Governo Regional dos Açores, tornou-se o ilustrativo exemplo de como a política, quando já se julga que não pode descer mais baixo, ainda tem mais um degrau para descer no mundo da amoralidade. Os subsídios aos funcionários atingidos pelos cortes nos vencimentos, que segundo ele não ultrapassam três milhões de euros, nem chegam a ser uma medida populista.
Atingem um núcleo restrito de técnicos superiores, chefes de divisão, directores e subdirectores, nos quais se incluem naturalmente o contingente dos seus mais leais serviçais políticos. Os ‘boys’ de César. Não tem a ver com ultraperiferia nem com a atracção de novos quadros, como alguém argumentou, pois não vai surgir desta decisão cesarista um movimento migratório de quadros técnicos para os Açores. Tem apenas a ver com ambição e perfil de quem nos governa. Tido como um dos eventuais substitutos de Sócrates, o que daqui resulta é que quer atingir Sócrates. Não pela criação de uma política nobre, mas à cotovelada.
O subsídio de César não foi para os funcionários pobres das ilhas. Foi para aqueles que mais ganham, e ao mesmo tempo um valente pontapé no Governo central do seu Partido. Em nome dos Açores? Não. Em nome da Autonomia? Não. Em nome dos interesses estratégicos de César. Um general que não alimenta as tropas corre o risco de deserções.
A sua decisão não foi apenas uma afronta ao Governo da República. É um escárnio sobre os funcionários que nas mesmas condições, em zonas mais pobres do que os Açores, estão comprometidos com o apertar do cinto orçamental. É o desprezo absoluto pela política nacional por troca com os prémios de jogo que decidiu pagar às suas clientelas regionais. Diz que este ano a massa resulta de umas obra num campo de futebol que não se farão. E para o ano? E para o ano seguinte? É claro que acabarão por pagar aqueles que viram no resto do país os seus salários cortados. Não admira pois que esta mediocridade moral nem consiga receber o apoio do seu Partido.
É levar demasiado longe o caciquismo. Aos limites do vómito. Porém, regozija-se o Bloco de Esquerda, o símbolo maior do refilanço pré-juvenil com e sem causas. E…. Manuel Alegre! É doloroso ver um candidato a Presidente da República preso a esta imundície moral por necessidade de votos. Dirão alguns que é coisa menor comparando com os muitos milhões do BPN e de outros imbróglios afins. Seria verdade se o dinheiro fosse a medida de todas as coisas. Mas não é. A maior das medidas é o sentido de Pátria, assumida com elevada responsabilidade e rigor. E isto César não sabe o que é.»

Boas Festas

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Estamos já ( ? ) no mês de Natal, deste ano de 2010 da graça do Senhor.
Estamos vivos,...., os que isto lerem.
Como sói dizer-se, Vamos andando.
Com mais ou menos saúde, cá vamos indo na forma do costume.
Na vizinha Galiza dizem "Vamos tirando".
Pois bem, a saúde não se dá, não se compra, nem se vende.
Podemos querê-la para nós e devemos desejá-la para outrem.
Eu quero, neste Natal, desejar para todos Festas Felizes,
com tudo que seja do V. agrado, a que mando irmanar
Paz, Amor, Saúde, Sorte, Dinheiro,.........., Felicidades.
Tudo Bom.
Boas Festas e um Magnífico Ano Novo de 2011.
A música deste vídeo é uma canção de Natal interpretada pelo grupo Galego Malvela.
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Cuido, já nem sei se recordo se sonho porque tanto tempo lá vai, que a minha avó materna cantava a modos que deste jeito, naquele seu gracioso português arcaico.
Que saudades "Mãezinha", dos Nossos Natais no Teso, da lareira, da extracção dos pinhões e do jogo do rapa, do arroz-doce e do leite creme, das tuas rabanadas e dos teus bolinhos de geremu, do teu sorriso fácil e contagiante, da tua sadia ternura, da tua bondade ecuménica e imensa.
Ainda hoje recordo, e esconjuro, aquelas compridas noites que tão cedo acabav(r)am.
Quantas saudades!
Para todos, um Bom Natal.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

tontices, perigos e agravos

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No dia mundial comemorativo da corrupção - 09/12/10 - o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, veio nas televisões informar os seus concidadãos que o seu governo é impotente para os tratar a todos em sintonia com o princípio da igualdade, constitucionalmente consagrado. (artigo xx CRP)
Diz o ministro que o governo regional dos açores é competente e soberano na definição do uso a dar às suas receitas orçamentais, estando vedado ao governo central interferir na matéria. Desta forma se justifica(ria) a decisão de nos Açores se poder compensar o corte nos vencimentos dos funcionários públicos, que o governo da república afirma(va) ser para todos sem excepção, com um suprimento na sua exacta medida. O governo açoriano arranjou um expediente, ludibriando o governo da república ( ou com a conluio do governo da república ) para isentar os funcionários açorenses das consequências da crise. A crise existe, é para todos, menos para os protegidos
açorianos.
São estes os dados, ou factos, pública e substantivamente conhecidos.
São estes os pensamentos que, até sem madura reflexão, foliarei adjectivar de tontos, perigosos e criminosos.
- Tontos, porque ninguém acredita que o Governo Central fosse apanhado desprevenido, ou estivesse na ignorância das pretensões e práxis açorianas. Ainda porque ao Governo Central sobram expedientes legais, orçamentais, fiscais, e outros, para trazer ao siso a rebelião açoriana. Basta querer agir, para lá canalizando menos meios e já está! Se o não fizer, é simplesmente porque o não quer fazer, devendo assumir as suas responsabilidades. Que não só políticas! Que lhe poderão vir a ser pedidas!
- Perigosos, porque na prática a situação criada é profundamente injusta, ao tratar o que é igual de forma diferenciada. E nunca uma situação desvantajosa poderá ser "bem" aceite por aqueles que com ela sofrem, sem assimilarem a razão para tal discriminação. Poderá, inclusivamente, augurar-se-lhe uma reacção não longínqua da génese comportamental desenvolvida num, isolado ou combinado, qualquer destes três níveis de resistência: passiva, defensiva, activa.
É que, quando se trata de sobrevivência, não é possível saber até onde pode ir a revolta. Famílias de reformados que sofrem cortes de ± 7000€, que têm filhos desempregados e a estudar, não trabalhando e não ganhando, gastando, podem ficar em situação muito complicada para fazer face ao dia a dia. Dificilmente poderão manter as suas obrigações contratuais. As reacções poderão ser uma incógnita! Poderá ser perigoso! Pode!
- Criminosos, porque apartar e qualificar os portugueses em cidadãos de primeira e de segunda pode conduzir à incompatibilização e ao confronto. Pode empurrar para a divisão aqueles que sempre se tiveram como iguais, em sintonia, integração e concórdia. Se do fratricídio pode haver história, de um Caim não haverá boa lembrança!
Já hoje, no debate quinzenal no Parlamento, ouvi complementares explicações e afirmações.
O essencial mantêm-se, não havendo grandes novidades ou mudanças.
"São todos bons rapazes, e raparigas."
Reafirma-se a legitimidade e legalidade da acção do executivo açorense!
Constitucionalize-se!
Confessa-se impotência para o poder reformar!
Mentira! Sequem-se as fontes continentais.
Desaprova-se o acto. E basta! Injusto? Desestabilizador ? Imoral?
Que lhes importa? Não o reparam!
Só podemos concluir estar em presença de políticas e políticos de duvidosa textura, prenhes dum vazio axiológica e imoral. Sem princípios nem valores.
A política já a sabiamos decretada como arreligiosa, e provavelmente aideológica, mas imoral?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

a música do soajocity

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Para esta tarde de convívio, algumas nozes acompanhadas por uma (?) garrafinha de Moscatel Favaios 1980, ou vice-versa. O Favaios é um vinho doce, feito de uva moscatel. Dizem-me envelhecido em tonéis de madeiras de castanho. Gosto.
Da música também gosto. Um clássico. Enjoy ...
That's Amore, Dean Martin.
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

help

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Os ministros das finanças dos países da zona euro voltaram a debater na sua reunião mensal de segunda-feira - 06/12/2010 - aquilo que já se diz vir a ser uma inevitabilidade, um pedido de ajuda de Portugal ao fundo de estabilização financeira.
Não obstante os dezasseis da moeda única, euro, se terem debruçado sobre a questão pela terceira vez no espaço de um mês, voltaram a não estar de acordo sobre a oportunidade de Portugal seguir de imediato os passos da Irlanda, que já pediu uma ajuda de 85 mil milhões do fundo do euro, e da Grécia, que dispõe de um programa específico de 110 mil milhões.
No que diz respeito a Portugal, mais do que um pressentimento, há hoje já a certeza da inevitabilidade de um pedido de ajuda, que, diz-se, não irá para além do primeiro trimestre de 2011. Bem vistas as coisas, a ajuda até já está objectiva e materialmente em marcha, ainda que informalmente, nas últimas compras maciças da dívida portuguesa pelo BCE.

o relatório PISA 2009

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« O relatório dos resultados dos alunos portugueses nos testes do PISA 2009, [Programme for International Student Assessment - Programa Internacional de Avaliação de Alunos] ontem divulgados na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com foguetes e fanfarra, pelo PM, apontam para menos alunos com desempenho negativo do que acontecera no anterior realizado em 2006.
A Comissão Europeia saudou hoje as conclusões do relatório da OCDE divulgado na véspera, que, segundo Bruxelas, mostra “resultados encorajadores” e grandes progressos na área educativa em diversos Estados-membros da União Europeia.
O relatório “PISA 2009”, que testa os conhecimentos dos alunos de 15 anos nas áreas de leitura, matemática e ciências, coloca pela primeira vez Portugal “perto da média” dos países participantes e na mesma categoria que os Estados Unidos, Suécia, Alemanha, Irlanda, França, Dinamarca, Reino Unido, Hungria e Taipei.
José Sócrates e Isabel Alçada estiveram particularmente felizes não escondendo a alegria e satisfação que extravasaram, ao mesmo tempo que justificavam esta melhoria de resultados com as suas políticas para a educação. »
A verdade é que os resultados obtidos pelos nossos alunos nestes testes são melhores do que os obtidos anteriormente, mas ainda nos mantêm abaixo das médias. Além do mais, esta melhoria pode ser conjuntural, aleatória e circunstancial. O relatório não diz que os alunos estão melhor preparados, diz apenas que melhoraram os resultados. Ora sendo aqueles maus, não significa que estes sejam bons. Também nada sabemos acerca dos alunos intervenientes, das escolas que frequentam, da preparação de que foram objecto, nem tão pouco se estiveram enquadrados pelas políticas educativas que o PM diz terem estado na base desta melhoria. Como por exemplo destas " os alunos com 15 anos, em 2009, não beneficiaram da escola a tempo inteiro ou do inglês no 1.º ciclo" , como com oportunidade lhe foi lembrado. Para além de que não parece nada justo mandar alguém das novas oportunidades para a universidade com apenas um exame realizado, enquanto um colega do ensino normal tem de realizar pelo menos dois exames no 11º, e mais dois no 12º anos.
Mas, desigualdades, injustiças e propaganda é o que por aí há mais.
E mentiras......

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

rankings

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A notícia vem no jornal Público.
O jornal diário britânico "Financial Times colocou o ministro das finanças português Fernando Teixeira dos Santos na 16ª posição entre os 19 titulares das maiores economias da UE, onde se incluem todos os do euro. O primeiro lugar da lista foi para o ministro alemão, Wolfgang Schäuble.
O jornal refere que os ministros foram ordenados, do melhor para o pior desempenho em 2010, com base na sua capacidade política, no desempenho económico do seu país e na credibilidade nos mercados.
A posição de Teixeira dos Santos não é pior devido ao posicionamento na 12ª posição no ranking da economia, para o que contribuiu o crescimento deste ano e a recessão do ano passado não ter sido tão brutal como no resto da EU. Já no que respeita à capacidade política ficou em 18º, enquanto na credibilidade, medida através dos juros da dívida pública, ficou em 17º.

Eis, segundo o jornal, a lista dos ministros das Finanças da EU:

1. Wolfgang Schäuble, Alemanha
2. Jacek Rostowski, Polónia
3. Christine Lagarde, França
4. Anders Borg, Suécia
5. Jyrk Katainen, Finlândia
6. George Osborne, Reino Unido
7. Didier Reynders, Bélgica
8. George Papaconstantinou, Grécia
9. Jean-Claude Juncker, Luxemburgo
9. Ivan Miklos, Eslováquia
11. Jan Kees de Jager, Países Baixos
12. Miroslav Kalousek, República Checa
13. Josef Pröll, Áustria
14. Giulio Tremonti, Itália
15. Claus Hjort Frederiksen, Dinamarca
16. Fernando Teixeira dos Santos, Portugal
17. György Matolcsy, Hungria
18. Elena Salgado, Espanha
19. Brian Lenihan, Irlanda

Não deve ter sido nada agradável para o ego do ministro o conhecimento desta informação.
Estas listas valem o que valem e não mais que isso; mas não deixa de trazer algum desconforto uma avaliação pouco meritória, com ou sem razão.

domingo, 5 de dezembro de 2010

a tempo e horas

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Está um Domingo muito chuvoso. Um dia de Inverno aborrecido, também porque escuro e frio.
As tardes de Domingo são quase sempre passadas em casa, mas nem sempre, no seu todo, em comunhão familiar. Há sempre aquela parte, em que uns e outros nos vamos solitariamente ocupando a planear quer a semana de trabalho quer a de outros compromissos, e também aquela parcela que pretendemos de lazer. Hoje, estando eu nesta parte, revivi a "matinée" da última sexta-feira.
Foi preenchida pelo filme "A Tempo e Horas", que é uma história cómica, uma "road story" cheia de disparates e lugares comuns. Mas eu estava mesmo a precisar de qualquer coisa parecida com isto. Coisa leve, divertida, cómica.
Resumidamente, a acção desenrola-se durante uma viagem de carro ao longo dos States, Atlanta – Hollywood, protagonizada por um feliz e ansioso futuro pai, com pretensões a assistir ao nascimento do seu primeiro filho, acompanhado por um estranho e desconhecido candidato a actor.
Estou a lembrar-me de momentos em que soltei sonoras gargalhadas, fazendo coro com os co-assistentes na sala. O riso também é contagioso, mas o filme tem passagens que francamente as provocam. Para quem se quiser rir, relaxar e descontrair, pode valer a pena dispor de 92 minutos no escurinho do cinema, acompanhado de alguém preferencialmente divertido.
Esta comédia tem realização de Todd Phillips, e os principais protagonistas são Robert Downey Jr., Zach Galiflanakis e Michelle Monaghan.
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Trailer de "A Tempo e Horas"
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sábado, 4 de dezembro de 2010

grande porca

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A grande porca, o grande papagaio e a galinha choca.
De Bordalo a César, o que mudou?
Algures a meio do Atlântico descobriram em tempos uns destemidos navegadores portugueses umas ilhas, a que vieram a chamar Ilhas dos Açores. Povoaram-nas, para lá enviando várias gentes, incluindo ao que se diz, hereges, ladrões e assassinos. Para lá continuam a despejar do O.E. da República, várias centenas de milhares de euros.
O O.E. 2011 impõe a "todos" os funcionários públicos portugueses e "demais" trabalhadores das empresas e organismos públicos, como consequência da crise, leia-se dívida pública, fortes medidas de austeridade e cortes nos vencimentos, que variam em função dos mesmos por eles auferidos.
Pois bem, o Governo daquelas ilhas resolve compensar, subsidiar, "os seus ..." na exacta medida dos cortes previstos. Daqui resulta que "todos" os portugueses.... pagarão a crise, menos os das ditas ilhas.
Por mais voltas que se dê, e por mais justificações que se arranjem, isto é uma clara violação do princípio da igualdade, gravado na CRP. Inventem os argumentos, descubram as manigâncias, tudo que imaginar se possa, isto é aquilo a que Bordalo chamava a Galinha Choca e a Grande Porca.
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O executivo açoriano, ao criar uma remuneração compensatória que cobrirá integralmente a perda de vencimento dos "seus 3700 funcionários", que até têm um rendimento mensal entre 1500 e 2000 euros, está a desencaminhar do O.E. donde colhe, uma parte do que para lá pinga proveniente do bolso de todos nós. Até dos que ganhando à volta dos 700 € estão no primeiro escalão de IRS.
É preciso descaramento, ....

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

frio, falperra e fome

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Arrefecida e angustiada, com as notícias que nos vão sedando, anestesiando e atormentando, graças à imperícia, ganância e bazófia duns tantos politiquetes da nossa praça, andará também a sociedade civil, sobretudo aqueles dos seus membros que receiam pelo futuro das suas ( nossas ) crias.
Segundo se pode ler no jornal I on line, na maioria dos distritos de Lisboa, Setúbal, Coimbra, Porto e Faro, a pobreza duplicou nos últimos três a cinco anos, atingindo quase metade das crianças dos grandes centros urbanos.
« A pobreza nas escolas públicas é como uma doença que alastra e não dá sinais de recuar. Seja no distrito de Lisboa, de Coimbra ou de Faro, a população escolar carenciada a frequentar o 1.o ciclo e os jardins-de-infância representa na maioria dos casos quase metade dos alunos entre os três e os dez anos.
Quatro em cada dez crianças são pobres na maioria das cidades de Lisboa. Seis em cada dez alunos das escolas da Amadora vêm de famílias pobres. Na capital, a pobreza atinge este ano 49% das crianças inscritas nas escolas primárias e na rede do pré-escolar. A fome também cresce todos os anos no distrito de Coimbra, que vê a população a diminuir e o número de crianças carenciadas a aumentar.
A escola pública é cada vez mais o lugar dos alunos que não têm mais para onde ir. »
Talvez possam ir ..... trepando no arco-íris.
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fotografias tiradas hoje à tarde no Castêlo da Maia
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saraiva, neve e frio

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O Norte e o Centro do país estão branquinhos, cobertos de neve e granizo.
As temperaturas oscilam entre os positivos e os negativos, mais estes do que aqueles.
Aqui, por onde me encontro, bem pertinho da cidade do Lidador, também está um frio de rachar. Na verdade, e até não sendo frequente, aconteceram pelo escuridão da noite esses fascinantes fenómenos da natureza, que enfeitiçam na idade dos calções, maravilham na idade das preocupações, e emocionam na idade das recordações. Choveu, granizou e nevou.
Pelas nove da manhã, o jardim do vizinho do meu vizinho ainda estava deste modo.
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.E assim se estranhava e contemplava a vizinhança, onde por vezes se faz exercício, .... suave, suavemente....
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